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EDUCAÇÃO
Enem deste ano terá 57.722 estudantes a mais do que em 2002, e será prestado em 2.495 locais em 605 municípios
1,87 milhão fazem exame do ensino hoje
DA REPORTAGEM LOCAL
Cerca de 1,87 milhão de estudantes do país inteiro farão hoje a
partir das 13h a sexta e maior edição do Enem (Exame Nacional do
Ensino Médio). A prova tem como intuito principal servir como
avaliação individual. Segundo dados do último exame, 43% dos
inscritos fizeram a prova para
aproveitar a nota no vestibular
-em 2001, esse percentual foi de
50%. Apenas 12% afirmaram fazer a prova para "saber se está
preparado para o futuro" e 44%
para "testar os próprios conhecimentos".
A nota do Enem é aproveitada
no processo seletivo de 427 instituições de ensino superior do
país. Nas três universidades estaduais paulistas (USP, Unesp e
Unicamp), a nota conta pontos
desde 2000, representando até
20% da prova de conhecimentos
gerais. A nota da redação não é
aproveitada nessas universidades.
A edição deste ano será a maior
de todas -terá 57.722 alunos a
mais do que no ano passado, embora o maior crescimento desde a
aplicação do exame, em 1998, tenha ocorrido em 2001.
A organização também ocorreu
em menor tempo. Por problemas
no processo de licitação, a empresa contratada só foi definida no final de julho. Em pouco mais de
um mês, a Cesgranrio, vencedora
da licitação desta e de todas as outras edições do Enem, processou
as inscrições dos candidatos, contratou cerca de 140 mil pessoas
para trabalhar como fiscal e coordenador de prova e alugou 2.495
locais em 605 municípios.
Apesar de ter apresentado um
preço maior do que o consórcio
formado pela Cespe (fundação ligada à UnB) e pela Vunesp (ligada
à Unesp), a Cesgranrio venceu a
concorrência na pontuação técnica. Após a divulgação do resultado, o consórcio conseguiu por
meio de liminar que documentos
que atestavam a experiência em
grandes exames fossem aceitos. A
liminar, entretanto, foi derrubada
pelo Tribunal Regional Federal e
o resultado da licitação, mantido.
Após a assinatura do contrato, o
Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais),
órgão responsável pela prova,
conseguiu por meio de negociações com a Cesgranrio diminuir
em R$ 5,7 milhões o valor pago
pelo exame. A prova deste ano
custará R$ 44,13 milhões, R$ 7,16
milhões a menos do que no ano
passado. O valor da licitação foi
de R$ 43 milhões para aplicação
de 1,6 milhão de provas. Para cada
aluno participante, o Inep teria de
pagar também R$ 25.
Em negociações, o Inep conseguiu que o valor de excedente passasse a ser de R$ 21,50 por pessoa
e o valor base fosse de R$ 38,19
milhões. Para diminuir o custo,
foram feitas modificações. Apenas com a impressão da capa do
manual do participante em preto
e branco e com a mudança do papel usado foi possível economizar
cerca de R$ 1 milhão.
Mesmo assim, o valor foi maior
do que o que seria cobrado pelo
consórcio perdedor da licitação.
Segundo Newton de Oliveira,
coordenador do exame, as negociações não foram motivadas pelo
valor mais baixo dos concorrentes de licitação. "A lei faculta ao
administrador público buscar
uma redução do preço, e foi isso
que nós fizemos. Isso é uma prática do administrador público."
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