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USP pode aumentar bônus para rede pública
Medida está em estudo para o próximo vestibular; percentual de ingressante de escola pública variou pouco neste ano
Instituição cogita ainda dar vantagem a estudante que se destacar em olimpíadas de conhecimento
A proporção de alunos formados em escolas públicas que entraram neste ano na USP (Universidade de São Paulo) ficou praticamente estável em relação a 2012.
O resultado fez com que a universidade voltasse a discutir novas ações para aumentar esse percentual.
Uma das medidas em estudo, já para o próximo vestibular, é elevar o bônus para esses estudantes.
Segundo dados divulgados ontem pela pró-reitoria de graduação da USP, a participação da escola pública entre os matriculados variou de 28% a 28,5% em um ano.
No total do ensino médio, a rede pública representa cerca de 85% das matrículas. Há mais de uma década, a principal universidade do país tenta deixar o perfil de seus calouros um pouco mais próximo ao do sistema básico.
A principal ação foi a concessão de bônus no vestibular aos estudantes de escolas públicas. No formato mais recente, praticado desde o ano passado, os alunos podem receber acréscimo de até 15%.
Os percentuais variam, basicamente, conforme o próprio desempenho do aluno na primeira fase do exame (quanto mais questões acerta, maior o bônus).
Segundo a pró-reitora de graduação, Telma Zorn, estudos internos mostram que "há espaço" para que o bônus seja maior, sem que a qualidade do ingressante caia. Não há, porém, proposta fechada sobre a alteração.
Outra possibilidade citada pela dirigente é a de conceder alguma vantagem na seleção a alunos que se destaquem em olimpíadas de conhecimento (como as de física ou de matemática).
Diferentemente das universidades federais, a USP não reserva vagas (cotas) a alunos de escolas públicas. A instituição entende que esse modelo fere o princípio da meritocracia e pode diminuir a qualidade do alunato.
"Pelo que converso com colegas das federais, ainda não há definição sobre o efeito [das cotas]", disse Zorn.
Para frei Davi Santos, coordenador da ONG Educafro (que reivindica cotas), os dados apresentados ontem mostram "como a política de inclusão da USP tem sido mesquinha". Para ele, "está provado que é necessária uma ação mais contundente".
A USP discute também a proposta apresentada no fim de 2012 pelos reitores das universidades estaduais e pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) para beneficiar alunos de escolas públicas.
A principal mudança seria a criação de curso semipresencial, de dois anos, para alunos de escolas públicas. Os aprovados poderiam entrar na USP, sem vestibular.
O modelo enfrenta resistência em algumas unidades, que criticam o cronograma apertado para discussão.