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Carente, menino havia sido adotado por toda a cidade

DE SÃO PAULO

Carente de atenção dentro de casa desde o suicídio da mãe, em 2010, o menino Bernardo havia sido adotado pelos moradores de Três Passos, uma cidade de colonização alemã, no noroeste gaúcho, com pouco mais de 20 mil habitantes.

Segundo relatos de amigos e vizinhos, Bernardo reclamava de ser maltratado pela madrasta, que o xingava usando palavrões e frequentemente se negava a abrir o portão de casa, obrigando-o a pular o muro.

Ela também o proibia de pegar no colo a irmã mais nova, ainda bebê, de quem o menino gostava muito.

Quando eram vistos jantando fora, o pai e a madrasta estavam sem Bernardo, que foi acolhido por outras famílias da cidade e costumava dormir na casa de colegas da escola e amigos.

A história de negligência do pai e da madrasta para com ele era bastante conhecida em Três Passos.

Na Primeira Comunhão de Bernardo, em novembro, moradores contam que nenhum dos dois apareceu na igreja, onde o menino já havia sido coroinha.

Durante a cerimônia, ele foi acompanhado pela família de um empresário, que recebia o garoto em casa frequentemente. Essa mesma família chegou a ir a reuniões escolares como responsáveis pelo menino.

Ainda segundo relatos, Bernardo tinha o hábito de abraçar todos os colegas e pedia para que compartilhassem o lanche.

Também chegou a dizer para a ex-empregada doméstica do pai que queria que ela o adotasse.

O pai, definido por pacientes como um "excelente cirurgião", era um profissional respeitado. Segundo moradores da cidade, o casal apresentava um comportamento duplo.

No comércio local e entre amigos, eram considerados "normais". Com o menino, no entanto, eram frios e agiam com indiferença.

Em reunião recente com o Conselho Tutelar, o pai chegou a prometer que tentaria melhorar a relação com o filho.


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