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Aumenta a população de animais de estimação idosos, diz pesquisa

Cachorros menores, que viviam em média até os 9 anos, já alcançam mais que o dobro da idade

Vida longa deve-se ao maior cuidado médico com os bichos; hospital veterinário estudou amostra de 120 mil cães

VANESSA CORREA DE SÃO PAULO

Lembra-se quando lugar de cachorro era no quintal? Não faz tanto tempo, eles comiam os restos de nossa comida e a maioria tinha acesso, no máximo, até a cozinha.

Hoje, cães e gatos habitam todos os ambientes da casa. Se os bichinhos nos ajudaram a amenizar a solidão, eles foram também os mais beneficiados com essa proximidade: passaram a viver mais.

Um levantamento do hospital veterinário Sena Madureira mostra que dos anos 1980 até hoje a expectativa de vida dos mascotes domésticos deu um salto. Praticamente dobrou na amostra estudada, que considerou os 120 mil cães tratados desde 1980 no local, na Vila Mariana (zona sul de São Paulo).

Cães de pequeno porte, que chegavam, em média, até os nove anos de idade, hoje alcançam os 18. Os grandões já vivem normalmente até os 13. Com os gatos, a mesma história: passaram a viver 20 anos. A façanha, que nos animais levou meras três décadas, nos humanos demorou quase um século.

"Houve uma mudança drástica. Com o contato maior do animal dentro de casa, qualquer sintoma é percebido pelo dono rapidamente", diz o diretor do Sena Madureira, o médico-veterinário Mário Marcondes, 37.

Ou seja, se o bichinho tossiu diferente, já estamos correndo ao veterinário para descobrir se não é nada grave.

A população de animais idosos cresceu, e donos têm mudado a própria rotina e investido fatia grossa da renda mensal no bem-estar desses anciões peludos. Que o diga a bancária Cristiane Adelaide Pereira, 41, dona de Johw, um poodle de 16 anos.

"Eu não imaginava que ele ia viver tanto assim", diz Cristiane, ao descrever os cuidados diários com o animal, que inclui dar seis comprimidos de manhã e seis à noite para o poodle.

Além dos comprimidos, a bancária só compra ração especial para cães com problemas no coração, a um custo aproximado de R$ 300 ao mês. Isso fora as consultas a cada 90 dias, que, junto com os exames de rotina, saem por R$ 500.

A advogada Márcia Regina Campos, 59, continua a cumprir seu papel de fiel protetora de Tutti, uma fox paulistinha de 16 anos que, depois de desenvolver diabetes e superar dois cânceres, sofreu um AVC no começo do ano.

Agora, Tutti acorda a dona a cada duas horas, porque não consegue mais chegar sozinha até o jornal para fazer xixi. "Ela ficou desorientada", diz Márcia, sem esboçar qualquer impaciência.


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