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Metrô Pompeia terá rampa antienchente

Futura estação da linha 6-laranja, prevista para ser aberta em 2017 no bairro, foi projetada em área inundável

Companhia afirma que construção ficará acima do nível da rua; prefeitura promete melhorar escoamento

REYNALDO TUROLLO JR.
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Planejada para ser construída em uma área da zona oeste paulistana castigada por enchentes crônicas, a estação Sesc-Pompeia do Metrô, da linha 6-laranja, terá rampas anti-inundação nas portas de acesso ao local.

As obras devem começar em 2013 e terminar em 2017, mas o Metrô conta também com intervenções da prefeitura para reduzir o risco de enchentes no local.

Segundo a estatal, o projeto "posiciona as soleiras dos acessos em cota de nível acima dos níveis de inundação verificados na região", ou seja, mais altas que a rua.

Se as enchentes continuarem até 2017, a medida até poderá evitar que a água entre na estação, mas os passageiros terão dificuldades para entrar e sair do metrô.

A estação e seus acessos vão ficar no cruzamento da avenida Pompeia com a rua Venâncio Aires.

A prefeitura disse que já licitou as obras de ampliação da capacidade de escoamento do córrego Água Preta, que passa perto dali, no subsolo, e assim reduzir o risco de ocorrer inundações.

As obras são parte da operação urbana Água Branca, que existe no papel desde 1995, mas que nunca financiou intervenções na região.

As operações urbanas permitem à prefeitura liberar construções acima do mínimo permitido desde que o investidor compre títulos da prefeitura com antecedência.

O dinheiro arrecadado tem de ser usado obrigatoriamente na região da operação.

Se a licença ambiental sair ainda neste ano, as obras da prefeitura ficarão prontas no mínimo em 2015.

CARROS BOIANDO

"A água chega a um nível que os carros boiam", contou o alfaiate Carlos Alberto Pereira, 55, que se disse surpreso com o local da estação.

"Eu não sabia que aqui seria o metrô, não acho boa a ideia. A água sobe daqui até a [av. Francisco] Matarazzo", disse o dentista Carlos Horiguchi, 51, que tem consultório na rua Venâncio Aires.

No ano passado, a Folha constatou que a região ficou inundada uma vez a cada 17 dias no verão de 2011.

A linha 6-laranja ligará a Brasilândia (zona norte) à estação São Joaquim (centro), num percurso de 15,9 km que vai cortar áreas nobres como Pompeia, Perdizes, Pacaembu e Higienópolis.

Serão desapropriados 406 imóveis ao longo da linha -dos quais 214 são residenciais e 140, comerciais.

Para a construção da estação Pompeia, imóveis nas quatro esquinas do cruzamento da avenida Pompeia com a rua Venâncio Aires poderão ser desapropriados.

Uma dessas esquinas, onde há hoje uma alfaiataria e uma loja, foi comprada recentemente pela construtora PGG, que já havia instalado uma placa no local anunciando um prédio de salas comerciais de 36 m² a 478 m².

A estação ficará perto do shopping Bourbon e do estádio do Palmeiras.

O Metrô disse que seus estudos "veem a cidade como um todo", e não de forma pontual, e que "a implantação da estação é concebida de modo a minimizar as interferências causadas pela obra, incluindo o trânsito".

"Uma vez implantado o projeto, a população usufruirá dos benefícios sociais", disse.

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