Outro lado

Acusações são eleitoreiras, diz presidente da FDE

O presidente da FDE, José Bernardo Ortiz, nega as acusações. Segundo ele, as denúncias têm objetivo eleitoreiro e tentam prejudicar José Serra, em São Paulo, e seu filho, José Bernardo Ortiz Júnior, ambos do PSDB.

Ortiz disse que a licitação para a compra de quase 4,5 milhões de mochilas para estudantes do ensino médio da rede estadual foi aprovada pelo Tribunal de Contas.

Ele diz que todo o processo licitatório ocorreu por meio de pregão eletrônico, "onde não se conhece o licitante". Segundo Ortiz, o preço unitário das mochilas foi o menor do Brasil (R$ 9,50). "É quase a metade do valor que foi pago pelas prefeituras de São Bernardo, Guarulhos e Diadema, administradas pelo PT e de onde vieram três dos deputados que fazem a denúncia."

Ortiz afirma ainda que, no pregão eletrônico, ficou definido que o preço unitário da mochila seria de R$ 11,50. "Eu chamei a empresa e a fiz descer o preço mais ainda."

Em nota, a fundação disse que "todas as compras de materiais e contratação de serviços realizados pela fundação têm sido concluídas sempre abaixo dos preços comuns de mercado (...), em função da grande quantidade em geral adquirida pela FDE e pelo zelo com que são feitas as licitações de tais materiais".

Sobre a acusação de que o edital tem cláusulas restritivas, disse que "o texto do documento é o mesmo utilizado em certames dos anos anteriores".

A Secretaria da Educação informou que a chefe de gabinete da FDE, Gládiwa Ribeiro, foi afastada por nepotismo. À Promotoria ela confirmou as denúncias. Ribeiro não foi demitida pois alegou problema de saúde.

A assessoria do governador Geraldo Alckmin disse que não se pronunciaria, por ser questão da FDE. A Folha procurou a Capricórnio, a Diana Paolucci e a Mercosul, mas não conseguiu contato com elas após as 18h, quando teve acesso à íntegra da ação.