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Paulistano enfrenta ar ruim e 4º dia mais quente em 69 anos
Temperatura foi a mais alta do ano na cidade; índices elevados de ozônio derrubaram qualidade do ar
Previsão para hoje é de chuva em toda a capital; chegada de frente fria ameniza o calor a partir de quinta
Rivaldo Gomes/Folhapress | ||
Meninos nadam em espelho d'água na praça da Sé, no centro; São Paulo teve calor de 36,1°C ontem |
São Paulo enfrentou ontem o dia mais quente do ano, com máxima de 36,1°C.
É a quarta maior temperatura na cidade em 69 anos, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), que faz a medição na capital paulista desde 1943.
Além do calor, o paulistano teve que respirar um ar poluído. À tarde, a qualidade ficou ruim ou inadequada em boa parte da Grande São Paulo, segundo a Cetesb (companhia ambiental paulista), devido a altos níveis de ozônio na atmosfera -poluente que causa irritação nos olhos e nas vias respiratórias.
De acordo com o meteorologista Marcelo Schneider, do Inmet, máximas de calor são esperadas nesta época do ano, entre os meses de outubro e novembro, mas não com picos tão intensos como o registrado ontem.
A explicação para o "calorão", segundo ele, está em um bloqueio atmosférico em atuação desde o fim de semana e que impediu o avanço de frentes frias pela região.
"A umidade também não estava alta o suficiente para provocar chuvas tradicionais, que, se não amenizam o calor, diminuem a temperatura", afirmou.
No interior paulista, o calor foi ainda mais intenso nos últimos dias. Em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), nos últimos quatro dias a temperatura superou a marca de 40°C. Anteontem, a cidade bateu o recorde de calor, com 43,6°C.
Até a marca de ontem, o dia mais quente em São Paulo havia sido detectado no dia 20 de janeiro de 1999, quando os termômetros chegaram a 37°C.
As chuvas isoladas que atingiram a capital paulista nos últimos dias devem hoje dar espaço a precipitações mais homogêneas. Ainda assim o dia continua quente -a temperatura máxima prevista pelos meteorologistas é de 33°C.
A partir de quinta-feira, está prevista a chegada de uma frente fria, que deve atenuar a sequência de dias quentes.
A chuva também deve dar uma trégua no tempo seco. Crianças, idosos e pessoas com problemas respiratórios são as maiores vítimas da falta de umidade do ar, segundo o coordenador do Laboratório de Poluição Atmosférica da USP, Paulo Saldiva.
A orientação é ingerir líquidos, evitar a exposição ao sol e a prática de exercícios principalmente à tarde.
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