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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Para Fiesp, BC erra no diagnóstico da inflação
Nos dois últimos relatórios
de inflação, o Banco Central
tem afirmado que a oferta da
indústria não estaria apta a
atender o crescimento da demanda. O relatório do dia 25 de
junho foi ainda mais enfático
ao dizer que "o maior risco, porém, advém dos preços industriais, pois, além de se localizarem mais próximos da etapa do
consumo final e, por conseguinte, transmitirem-se mais
rapidamente para os preços do
consumidor, costumam mostrar maior persistência".
A Fiesp considera um erro
esse diagnóstico do Banco Central. Segundo estudo do departamento de pesquisas e estudos
econômicos da entidade, os dados mostram que os investimentos industriais estão ocorrendo e se maturando em tempo hábil.
Ao apontar suas baterias
contra os preços industriais, o
Banco Central usa como parâmetro a variação do IPA (Índice
de Preços por Atacado), da
Fundação Getulio Vargas. O
IPA total registrou até maio
uma elevação de 15,36% no
acumulado dos últimos 12 meses. Já o IPA da indústria de
transformação, de 9,08%.
O trabalho da Fiesp mostra,
porém, que, dos 20 itens que
compõem o IPA, apenas quatro
registram uma alta de preços
acima da média da indústria.
São exatamente os setores mais
atingidos diretamente pela alta
de preços global.
A inflação dos produtos alimentícios e bebidas, derivados
de petróleo, químicos e metalurgia básica está em 14,8%, no
acumulado de 12 meses até
maio deste ano. Só o grupo alimentos e bebidas registrou alta
de 20,26%. Já os 16 itens restantes registram uma inflação
de 3,2%.
O problema é que esses quatro setores têm um peso muito
grande na indústria de transformação. Eles representam
praticamente a metade da indústria e é isso que faz com que
o IPA industrial fique em um
patamar tão elevado.
Para a Fiesp, os preços industriais do atacado continuam
bem comportados, assim como
os preços industriais relacionados ao índice de preços ao consumidor. Os preços industriais
no IPCA registram uma alta até
maio de 3,6%, portanto abaixo
da meta de 4,5%.
O estudo da Fiesp chama a
atenção também para alguns
setores que crescem a taxas superiores a 20%, mas que apresentam uma variação de preços
abaixo da média do IPCA.
Exemplos: equipamentos de
informática (-18,51% no acumulado de 12 meses); artigos de
vestuário (3,22%); borracha e
material plástico (-1,80%); máquinas e equipamentos
(2,08%) e veículos automotores (4,15%).
Segundo o empresário Paulo
Francini, diretor do departamento de pesquisas e estudos
econômicos da Fiesp, o objetivo do trabalho é o de mostrar
que a indústria não é a principal
causa da inflação, como o Banco Central e muitos analistas
têm dito ultimamente. A indústria até, de acordo com o estudo, está ajudando no controle
da inflação.
Francini afirma ainda que
não é contra a política de combate à inflação pelo Banco Central com o uso do instrumento
da elevação dos juros, até porque é a única ferramenta de que
dispõe a autoridade monetária.
O que ele não aceita, no entanto, é ser responsabilizado pelas
pressões inflacionárias.
"Somos solidários no combate à inflação, mas o que não
queremos é levar a pecha de
causadores da inflação", diz
Francini.
PRESCRIÇÃO MÉDICA
O setor de genéricos movimentou US$ 802 milhões de janeiro a maio. Foram comercializados 105 milhões de unidades de medicamentos, com alta de 47,5% em faturamento e
16,5% em unidades ante o mesmo período de 2007. O resultado dos fabricantes de genéricos pode ter estimulado o desempenho do mercado farmacêutico total, que cresceu 6,8%
em volume no período. Segundo Odnir Finotti, vice-presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos, os números refletem "a melhora no rendimento das famílias, sobretudo na baixa renda, que vem introduzindo uma nova fatia de consumidores ao mercado farmacêutico e os genéricos são a porta de entrada", diz.
SEM FREIO
A indústria automobilística mantém o pé no acelerador.
No dia 15 de setembro, a Volkswagen Caminhões e Ônibus começará a operar, pela primeira vez na sua história,
em regime de terceiro turno. O investimento é de R$ 50
milhões e serão contratados mais mil funcionários, a
maioria de Resende, onde está instalada a fábrica. A produção salta de 185 para 240 caminhões por dia. O anúncio
do novo turno será feito pelo presidente da Volks Caminhões e Ônibus, Roberto Cortes, na próxima semana.
PORTA FECHADA
A Wachovia Securities, do
banco americano Wachovia
-o quarto maior dos EUA,
às voltas com a crise do "subprime"-, comunicou, em videoconferência na sexta, no
hotel Transamérica, em São
Paulo, que encerra atividades no Brasil. Uma advogada
do escritório Pinheiro Neto
deve cuidar das demissões.
O banco ofereceu recolocação para alguns profissionais, que podem ser aproveitados no Uruguai, em Nova
York ou em Miami.
PANOS QUENTES
Em junho, a venda no comércio atacadista de tecidos
de SP subiu 2%, ante maio,
diz o sindicato do setor.
ANDAIME
O grupo Mills acaba de adquirir a Andaimes Jahu, fornecedora de andaimes e escoramentos leves para a região centro-sul do Brasil. O
grupo espera que o negócio
permita à Jahu dobrar seus
investimentos em novos
produtos e equipamentos e
faz parte do pacote de R$
200 milhões que a Mills
aportará nas suas divisões
até o final do ano.
PAULISTA
O banco Cédula abre hoje
escritório em São Paulo.
Uma das estratégias do banco é crescer no mercado de
crédito -o objetivo é dobrar
a carteira, que atualmente
está em R$ 200 milhões.
MEDALHA
Marta Schonhorst, ex-coordenadora de ginástica
rítmica da Confederação
Brasileira de Ginástica entre
2005 e 2008, lança o livro
"Diário de Construção de
um Time" (Editora Canal
Certo, 100 págs.). No livro,
Schonhorst faz uma comparação entre a gestão de equipes dentro das empresas e o
treinamento dos atletas que
praticam a ginástica rítmica.
com JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI
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