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Previsão do mercado para o IPCA deste ano já se aproxima do teto da meta
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A estimativa do mercado para a inflação deste ano subiu pela 14ª semana seguida, segundo
pesquisa feita pelo Banco Central, e está cada vez mais próxima do teto da meta fixada pelo
governo. A expectativa de cerca
de cem analistas consultados
pelo BC na última sexta-feira é
que a alta do IPCA (Índice de
Preços ao Consumidor Amplo)
chegue a 6,30%, contra 6,08%
da pesquisa anterior.
Há um mês, a mesma pesquisa apontava para uma alta de
5,41%. Nos 12 meses encerrados em maio, o índice já acumula alta de 5,58%. O objetivo
do governo é manter a inflação
em 4,5%, mas se admite um
desvio de até dois pontos percentuais. Desde 2003 esse teto
não é ultrapassado.
A previsão média do mercado é maior que os 6% estimados
oficialmente pelo BC, mas entre analistas do setor privado
há até quem aposte que a alta
do IPCA irá superar o teto da
meta do governo. O economista-chefe do BNP Paribas, Alexandre Lintz, diz que a inflação
deve chegar a 7,2% neste ano,
devendo recuar em 2009.
Lintz ressalta que a alta dos
preços, que inicialmente estava
concentrada em alguns setores
isolados, já começa a se espalhar pela economia, o que reforça a expectativa de que o BC
continue com o ciclo de aumento dos juros iniciado em
abril passado.
Selic
Para os analistas consultados
pelo BC, a taxa Selic, hoje em
12,25% ao ano, deve subir para
14,25% até dezembro, o que
equivaleria a um aumento de
0,5 ponto percentual em cada
uma das quatro reuniões do
Copom (Comitê de Política
Monetária do BC) marcadas no
segundo semestre.
Quando o assunto é juros, há
quem defenda uma atuação
mais forte do BC. O vice-presidente da Acrefi (Associação
Nacional das Instituições de
Crédito, Financiamento e Investimento), José Arthur Assunção, diz que, diante do ritmo dos reajustes nos preços, a
política de aumentos graduais
nos juros deveria ser abandonada e substituída por uma alta
mais forte, de dois pontos percentuais, já na próxima reunião
do Copom, no fim do mês.
Mesmo com a expectativa de
juros mais altos, porém, não se
observam grandes mudanças
nas projeções para o crescimento da economia brasileira.
Segundo o levantamento do
BC, a expansão deve ficar em
4,8% em 2008 e 4% em 2009,
mesmos números mostrados
pela pesquisa anterior.
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