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Inflação supera todas as aplicações no 1º semestre
Destaque do período é a renda fixa, com ganho de 5,68%, ante 6,82% do IGP-M
Bovespa avança 1,77% nos
primeiros seis meses do ano e
fica atrás até da poupança,
que deu retorno de 2,99%;
dólar acumula queda de 10%
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Com o mercado acionário em
baixa e a retomada das elevações das taxas de juros, os fundos de renda fixa e os CDBs voltaram a se destacar. Porém,
mesmo para essas categorias
que estão com melhor rentabilidade, a inflação voltou a ser
um motivo de desconforto.
No primeiro semestre, a Bovespa, que subiu 1,77%, acabou
por perder até da poupança,
que deu retorno de 2,99%. No
período, os maiores destaques
ficaram com os fundos de renda fixa, que deram retorno médio de 5,68% (até o dia 25), e os
CDBs (Certificados de Depósito Bancário), que pagaram
5,20%. Os fundos DI renderam
cerca de 5,19% no período.
Se for considerado o único
índice de inflação fechado até o
momento, o IGP-M, os preços
subiram 6,82% no semestre,
batendo todas as principais categorias de investimento. O IPCA acumulou alta de 2,88% até
maio. Como as expectativas do
mercado são que o IPCA registre alta de 0,70% em junho, segundo a pesquisa divulgada ontem pelo Banco Central, o indicador deve engolir também a
rentabilidade anual da Bolsa e
da poupança.
"Os investidores têm se deparado com um ambiente muito mais complicado, marcado
pelas pressões inflacionárias e
o recuo persistente da Bolsa de
Valores", afirma Newton Rosa,
economista-chefe da Sul América Investimentos.
No caso do dólar, a moeda
não tem sido uma opção interessante na qual aplicar as economias, como ocorria em um
passado recente. O dólar teve
perdas de 1,90% no mês recém-encerrado, o que levou sua depreciação diante do real para
10,13% em 2008. No ano passado, a divisa americana já havia
se depreciado em 16,85%.
O dólar encerrou o semestre
vendido a R$ 1,597, em seu
mais baixo nível desde janeiro
de 99, quando o governo, diante
de uma grave crise cambial, liberou a cotação da moeda.
No mês de junho, os retornos
da renda fixa e do CDB ficaram
no topo também. Para a Bovespa, o mês foi especialmente
ruim, sendo o de pior desempenho desde abril de 2004.
Os fundos de renda fixa -que
carregam títulos públicos e privados que pagam taxas de juros, especialmente prefixadas- deram retorno médio estimado em 1,06% em junho. Os
CDBs pagaram 0,91%. A poupança teve retorno de 0,62%.
Com o atual ciclo de alta da
taxa básica Selic -parâmetro
para os juros praticados no
mercado-, essas aplicações
tendem a se manterem como
destaque de rentabilidade. A
Selic está em 12,25% e o mercado projeta que alcance, ao menos, 14,25% no fim de 2008.
"No mês, os fundos de renda
fixa tiveram rendimento um
pouco acima dos fundos DI.
Com as incertezas do mercado
sobre a magnitude da alta de juros a ser efetuada pelo BC, continuarão apresentando alta volatilidade, sendo uma opção de
diversificação para investidores moderados e agressivos",
afirma o administrador de investimentos Fábio Colombo.
Os fundos DI, que carregam
muitos papéis pós-fixados em
suas carteiras, podem ganhar
atratividade com o correr do
ano. No mês, devem fechar com
retorno médio de 0,98%. Os títulos pós-fixados acompanham
a oscilação das taxas para definir o retorno que os investidores receberão.
Neste ano, os DI aparecem
como destaque na captação de
recursos. Segundo dados da
Anbid, a categoria está com
captação positiva de R$ 6,56 bilhões em 2008. A renda fixa está com saques líquidos de R$
6,79 bilhões no ano.
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