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Bovespa fecha junho com perda de 10,4%
DA REPORTAGEM LOCAL
A valorização no último pregão do mês não conseguiu salvar a Bovespa de ter o seu pior
desempenho mensal desde
abril de 2004. Em junho, a Bolsa de Valores de São Paulo
amargou perdas de 10,43%.
A alta de 1,08% registrada ontem pelo índice Ibovespa teve
forte influência da apreciação
das ações da Petrobras, que,
por sua vez, ganharam fôlego
com o novo recorde alcançado
pelo barril de petróleo durante
as operações.
Os papéis ON (ordinários) da
Petrobras se valorizaram em
2,63%, e os preferenciais subiram 2%. Juntos, responderam
por cerca de 22% do movimento total do pregão.
Em Nova York, o barril de petróleo chegou a bater em inéditos US$ 143, mas se ajustou no
fim do dia e fechou a US$ 140.
A Bovespa não sofreu sozinha em junho. O mês foi bastante negativo para o mercado
acionário pelo mundo. O índice
Dow Jones, que agrupa as 30
ações norte-americanas de
maior liquidez, caiu 10,19% no
mês (ontem teve leva alta de
0,03%). A Nasdaq caiu 9,10%
em junho. Em Londres, a queda
da Bolsa no mês recém-encerrado foi de 7,06%.
"É difícil afirmar se a Bolsa
de Valores já caiu tanto que
atingiu seu fundo e agora vai
entrar em um período de recuperação. O que vemos neste
momento é a Bovespa refletir o
cenário externo conturbado,
marcado pelas preocupações
com a inflação e a economia
americana", afirma Newton
Rosa, economista-chefe da Sul
América Investimentos.
Com as pressões inflacionárias incomodando as principais
economias, teme-se que o
mundo veja um novo ciclo de
elevações das taxas de juros. Isso poderia acabar por afastar
ainda mais os investidores do
mercado acionário, preferindo
arriscar menos e aplicar em títulos que pagam juros, que se
tornariam mais atrativos.
Para a Bovespa, que tem 35%
de suas operações realizadas
por investidores estrangeiros, o
cenário externo é bem relevante. E em junho, até o dia 25, a
Bovespa sofria seu pior resultado em um mês no saldo dos negócios feitos com capital externo, que ficaram negativos em
R$ 7,407 bilhões no período.
"O otimismo com o grau de
investimento se desfez, tanto
que a pontuação do Ibovespa
voltou a rondar os níveis anteriores à concessão dessa nota
de crédito. As pressões inflacionárias advindas da alta de preços dos alimentos e do forte
crescimento da economia continuam a preocupar o mercado", diz o administrador de investimentos Fábio Colombo.
No ano, a Bovespa está com
alta moderada de 1,77%.
No pregão de ontem, empresas dos setores de siderurgia e
metalurgia estiveram entre as
boas opções da Bolsa. A ação
PN da Metalúrgica Gerdau foi
um dos destaques e se valorizou em 5,05%. O papel PN da
Gerdau ganhou 3,78%, e o ON
da CSN subiu 1,82%.
(FABRICIO VIEIRA)
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