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Votorantim Cimentos investirá R$ 1,5 bilhão
Anúncio é resposta ao governo, afirma empresa
CRISTIANE BARBIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
A Votorantim Cimentos
anunciou ontem que irá investir R$ 1,450 bilhão na construção de fábricas e expansão de linhas de produção até 2011. Em
agosto de 2007, a empresa já tinha anunciado investimentos
de outro R$ 1,7 bilhão.
Com os R$ 3,2 bilhões investidos, a Votorantim terá 26 fábricas em 2011, contra as 17
existentes hoje. Sua capacidade
de produção saltará de 25 milhões para 39 milhões de toneladas ao ano, aumento de 60%
em três anos.
"Tanto o governo federal
quanto alguns estaduais pediram a colaboração da Votorantim. Essa é nossa resposta a
eles", afirma Walter Schalka,
presidente da Votorantim Cimentos. "O produto não será
um limitador à capacidade de
crescimento do país."
Segundo Schalka, a empresa
teve apoio do Dnit (Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes) e do
DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral), que
facilitaram o acesso à infra-estrutura e às autorizações necessárias para o funcionamento das fábricas. Os pedidos de
investimentos vieram sobretudo da Casa Civil e da Fazenda.
"Não haverá problema de
abastecimento", diz Schalka.
"Estamos tomando medidas
caras e onerosas, como levar cimento fabricado no Sergipe para Mato Grosso, por exemplo,
para garantir a distribuição."
A falta de cimento em algumas regiões aumentou o preço
do produto, mas, segundo
Schalka, seu valor nominal está
abaixo dos praticados em 2003.
"Em algumas cidades, o varejo aumentou margens e levamos a culpa pela alta", diz ele.
"No entanto, iremos publicar
anúncios com os preços que
vendemos para coibir abusos."
De acordo com ele, as principais discussões na Votorantim,
na hora de decidir sobre o investimento, giraram em torno
de uma possível retração na
economia, causada pela inflação. Porém, a empresa resolveu
apostar que as vendas crescerão 11% este ano e ao redor de
8% nos próximos três anos. A
expectativa é que o mercado
brasileiro atinja 65 milhões de
toneladas em 2011, contra 49
milhões de toneladas em 2008.
"Somos líderes, com 40% de
participação e vamos defender
a posição", diz.
Apesar de as obras do PAC
(Programa de Aceleração do
Crescimento) darem certa garantia da demanda, as perspectivas não são tranqüilas. Sua
operação americana está praticamente parada e, no Brasil, o
cenário não é tão certeiro.
"Temos nuvens no horizonte, como a inflação dos alimentos e a falta de infra-estrutura."
Porém, na opinião de Schalka, o limitador mais preocupante é a falta de mão-de-obra
qualificada. A Votorantim está
fazendo parte de um programa
que pretende formar 5 milhões
de trabalhadores em funções
variadas da construção civil.
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