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CONJUNTURA
Setor terá o maior crescimento, banca a maior parte do saldo comercial e levanta a indústria de máquinas agrícolas
Agronegócios sustentam PIB e exportação
DA REPORTAGEM LOCAL
O agronegócio deve ser a salvação da lavoura da economia brasileira em 2002: gerará a maior
parte do superávit comercial do
qual o país precisa para diminuir
seus desequilíbrios externos; será
um dos poucos setores em que os
investimentos se manterão e,
num ano em que a indústria encolhe a produção, vai crescer.
Clima e geografia adequados e
mecanização e profissionalização
da produção fizeram a produtividade do setor crescer, em média,
3% ao ano na década de 90.
Retrato da competitividade do
setor, o saldo comercial do agronegócio atingiu US$ 7,5 bilhões
no primeiro semestre deste ano,
quando o saldo geral de balança
comercial era de apenas US$ 2,6
bilhões. Ou seja, o setor exporta
mais do que o suficiente para financiar suas importações e as dos
setores deficitários da economia.
Os ganhos de competitividade
tornaram-se maiores com o real
desvalorizado. Com o câmbio favorável, as perspectivas de aumento das vendas têm feito as
empresas, ao contrário dos demais setores da economia, investirem no aumento da produção.
As montadoras de máquinas
agrícolas investem cerca de US$
30 milhões anuais cada uma. Neste ano, o setor será um dos poucos
dentre os produtores de máquinas a aumentar a produção. A
previsão é de crescimento de 30%.
Os aumentos recordes da safra
-neste ano a produção de grãos
chegou aos 100 milhões de toneladas- e os aumentos de produtividade na indústria do agronegócio brasileira ocorrem a despeito
da falta de crédito e financiamento para o setor.
O próprio ministro da Agricultura, Marcus Vinicius Pratini de
Moraes, admite que o setor sobrevive com crédito "zero". Segundo
o ministro, que na semana passada visitou grandes banqueiros
paulistas para pedir que aumentassem o volume de crédito destinado ao setor, os US$ 2 bilhões
leiloados pelo Banco Central são
apenas "uma gota no oceano" de
necessidades do setor.
Organizada cada vez mais na
forma de pólos industriais regionais-os chamados "clusters"-,
a expansão do agronegócio contribui para o desenvolvimento de
regiões antes carentes de investimentos e infra-estrutura.
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