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SANGRIA DAS MÚLTIS
Ativos de empresas com participação estrangeira aumentaram 67% e empregos cresceram 26%, diz Iedi
Emprego em estrangeiras não segue investimento
DA REPORTAGEM LOCAL
O número de empregos gerados por empresas com participação estrangeira não acompanhou
a evolução do estoque de investimento estrangeiro direto no Brasil e do volume de ativos.
De acordo com o Iedi (Instituto
de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), entre 1995 e
2000, a quantidade média, por
ano, de pessoas que estavam empregadas nas companhias com
participação de capital estrangeiro passou de 1,353 milhão para
1,710 milhão -expansão de 26%.
O estudo considera os empregos
gerados nos setores agropecuário
e de extração mineral, na indústria e no setor de serviços.
Os ativos das empresas com
participação estrangeira avançaram, no entanto, de US$ 280,3 bilhões, em 1995, para US$ 467,4 bilhões, em 2000, evolução de 67%.
Do total de investimento direto
estrangeiro, no fluxo acumulado
entre 1996 e 2000, somente 1,7%
se destinou à agricultura. Outros
18% foram para a indústria. A
parte mais substancial, 80,3%, seguiu para os serviços -foram
US$ 83,3 bilhões, do quais 21,9%
desembarcaram nas telefônicas,
15,4% nos bancos e 12,8% em distribuidoras/geradoras de energia.
Em 1995, companhias com participação estrangeira acumulavam 79 mil empregados na agricultura, pecuária e extração mineral. Em 2000, esse número recuou
para 37 mil. Na indústria, o número de empregados também diminuiu, de 972 mil em 1995 para
944 mil cinco anos mais tarde.
No setor de serviços, ocorreu o
inverso: o número médio de empregados aumentou de 300 mil
em 1995 para 729 mil em 2000.
Avanço formidável.
Mas que mereceu ressalva do Iedi. Até 1995, a maior parte dos investimentos estrangeiros ia para a
indústria -ao final daquele ano,
o setor concentrava 67% do estoque acumulado de IDE (Investimento Direto Estrangeiro), contra 31% dos serviços. Com a abertura da economia, inverteram-se
os postos. Em 2000, 64% do estoque estava no setor de serviços e
não mais que 33%,7 na indústria.
Se em 1995, para criar um emprego era necessário em tese o uso
de capital de US$ 207 mil, em 2000
esse valor subiu para US$ 273 mil.
O Iedi argumenta que, se a expansão do capital estrangeiro tivesse seguido a mesma composição setorial que existia até 1995
(com predominância da indústria), o impacto sobre a geração de
empregos teria sido muito mais
expressivo.
Isso porque, na indústria, a relação ativo da empresa/número de
empregados é de ""apenas" US$
144 mil e, nos serviços, de US$ 444
mil.
(JOSÉ ALAN DIAS)
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