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Importações derrubam saldo da balança no 1º semestre
Compras externas avançam 51,8% no período e superávit recua 44%, para US$ 11,37 bi
Governo vê importações como positivas, pois 48% delas são compostas de bens de capital; exportações
crescem 24,8% até junho
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O aumento do mercado consumidor brasileiro e as altas
nos preços de petróleo e fertilizantes impulsionaram um
crescimento das importações
de 51,8% no primeiro semestre
deste ano em relação ao mesmo
período de 2007, para US$
79,28 bilhões. A variação é a
maior desde o primeiro semestre de 1995, quando US$ 1 valia
R$ 1 e a expansão atingiu 92%
em relação a 1994.
O aquecimento do preço das
commodities agrícolas e metálicas também beneficiou as exportações, que subiram 24,8%
de janeiro a junho, totalizando
US$ 90,65 bilhões no ano
-maior crescimento desde
2003. O resultado foi uma queda de 44,3% no superávit comercial, que fechou o primeiro
semestre em US$ 11,37 bilhões.
Isoladamente, o mês de junho registrou exportações de
US$ 18,59 bilhões, importações
de US$ 15,88 bilhões e saldo de
US$ 2,72 bilhões. As exportações subiram 35% em relação a
junho de 2007, e as importações, 62,6%. O superávit comercial no mês passado caiu
32,2% em relação a junho do
ano passado.
O governo vê as importações
como positivas, pois 48% delas
são compostas por bens de capital utilizados pela indústria
para a expansão de sua capacidade produtiva.
A importação de automóveis,
porém, cresceu 107,8% no primeiro semestre, e a de bens de
consumo, 30%.
O secretário de Comércio
Exterior, Welber Barral, disse
que as exportações brasileiras
crescem acima da média mundial de 15%, o que facilita a conquista da meta de obter 1,25%
do comércio global em 2010.
Por outro lado, Barral também assinalou que a alta global
dos preços de alimentos e metais vem provocando maior
participação de produtos básicos na balança comercial.
"A participação de produtos
básicos é preocupante para
qualquer país em desenvolvimento como o nosso, porque
queremos exportar produtos
industrializados. Claro que o
nosso esforço tem que ser agregar valor aos produtos exportados pelo Brasil."
A participação de produtos
básicos nas exportações era de
30,6% no primeiro semestre do
ano passado e subiu para 35,3%
neste ano, grande parte devido
aos preços altos, segundo Barral. A fatia dos produtos industrializados caiu de 67,4% para
62% do total exportado.
Segundo Barral, o governo
elevará nos próximos dias sua
meta de exportação para este
ano, fixada em US$ 180 bilhões.
O governo não possui meta de
superávit, mas o ministro do
Desenvolvimento, Miguel Jorge, afirmou em maio que espera
um saldo de US$ 20 bilhões a
US$ 30 bilhões.
China
As exportações brasileiras
para a China cresceram 51,7%
no primeiro semestre, para
US$ 7,41 bilhões. Hoje, o país
comunista compra 8,2% de tudo o que o Brasil exporta.
No outro sentido, os chineses
ocupam o segundo lugar no
ranking de fornecedores do
Brasil, com 11,3% das importações brasileiras. No primeiro
semestre, as exportações chinesas para o Brasil subiram
73,1% -para US$ 8,95 bilhões.
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