São Paulo, quarta-feira, 02 de julho de 2008

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Importações derrubam saldo da balança no 1º semestre

Compras externas avançam 51,8% no período e superávit recua 44%, para US$ 11,37 bi

Governo vê importações como positivas, pois 48% delas são compostas de bens de capital; exportações crescem 24,8% até junho


IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O aumento do mercado consumidor brasileiro e as altas nos preços de petróleo e fertilizantes impulsionaram um crescimento das importações de 51,8% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2007, para US$ 79,28 bilhões. A variação é a maior desde o primeiro semestre de 1995, quando US$ 1 valia R$ 1 e a expansão atingiu 92% em relação a 1994.
O aquecimento do preço das commodities agrícolas e metálicas também beneficiou as exportações, que subiram 24,8% de janeiro a junho, totalizando US$ 90,65 bilhões no ano -maior crescimento desde 2003. O resultado foi uma queda de 44,3% no superávit comercial, que fechou o primeiro semestre em US$ 11,37 bilhões.
Isoladamente, o mês de junho registrou exportações de US$ 18,59 bilhões, importações de US$ 15,88 bilhões e saldo de US$ 2,72 bilhões. As exportações subiram 35% em relação a junho de 2007, e as importações, 62,6%. O superávit comercial no mês passado caiu 32,2% em relação a junho do ano passado.
O governo vê as importações como positivas, pois 48% delas são compostas por bens de capital utilizados pela indústria para a expansão de sua capacidade produtiva.
A importação de automóveis, porém, cresceu 107,8% no primeiro semestre, e a de bens de consumo, 30%.
O secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, disse que as exportações brasileiras crescem acima da média mundial de 15%, o que facilita a conquista da meta de obter 1,25% do comércio global em 2010.
Por outro lado, Barral também assinalou que a alta global dos preços de alimentos e metais vem provocando maior participação de produtos básicos na balança comercial.
"A participação de produtos básicos é preocupante para qualquer país em desenvolvimento como o nosso, porque queremos exportar produtos industrializados. Claro que o nosso esforço tem que ser agregar valor aos produtos exportados pelo Brasil."
A participação de produtos básicos nas exportações era de 30,6% no primeiro semestre do ano passado e subiu para 35,3% neste ano, grande parte devido aos preços altos, segundo Barral. A fatia dos produtos industrializados caiu de 67,4% para 62% do total exportado.
Segundo Barral, o governo elevará nos próximos dias sua meta de exportação para este ano, fixada em US$ 180 bilhões. O governo não possui meta de superávit, mas o ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, afirmou em maio que espera um saldo de US$ 20 bilhões a US$ 30 bilhões.

China
As exportações brasileiras para a China cresceram 51,7% no primeiro semestre, para US$ 7,41 bilhões. Hoje, o país comunista compra 8,2% de tudo o que o Brasil exporta.
No outro sentido, os chineses ocupam o segundo lugar no ranking de fornecedores do Brasil, com 11,3% das importações brasileiras. No primeiro semestre, as exportações chinesas para o Brasil subiram 73,1% -para US$ 8,95 bilhões.


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