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Produção de máquinas
cresce 17% no semestre
Dado indica maior potencial de expansão da economia
DA SUCURSAL DO RIO
Após a queda de 5,2% em
maio, a produção de bens de capital (que inclui máquinas e
equipamentos) voltou a crescer
com força em junho -7,7% na
taxa livre de influências sazonais, segundo o IBGE. No primeiro semestre, a categoria
também liderou a expansão da
indústria, com alta de 17,1%.
Essa é, segundo especialistas,
a melhor notícia da pesquisa do
IBGE, pois a maior fabricação
de bens de capital indica expansão da capacidade instalada e
crescimento potencial futuro
da economia. Afasta ainda o risco de pressões inflacionárias de
um consumo aquecido sem a
contrapartida do aumento da
produção.
"Havia a expectativa de que o
aumento da importação de máquinas e equipamentos por
causa do câmbio favorável representasse uma queda da produção doméstica, o que não se
confirmou", diz Leonardo Mello, economista do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada).
O setor de máquinas e equipamentos correspondeu ao segundo impacto positivo na taxa
de indústria no primeiro semestre, com alta de 9,4%.
Só ficou atrás de veículos automotores, cuja expansão de
18,4% no acumulado do ano puxou para cima a produção da
categoria de bens duráveis -alta de 13,9% no período. De
maio para junho, houve incremento de 7% para os duráveis e
de 5,1% para a indústria de automóveis -que também liderou o crescimento no setor nesse período.
Outros destaques positivos,
no acumulado do ano, ficaram
com metalurgia (7,6%) e outros
veículos de transporte (33,1%).
Para Mello, o perfil de crescimento do setor industrial será
mantido no segundo semestre,
com a liderança de duráveis e
bens de capital.
Na outra ponta, o real valorizado e a inflação mais alta neste
ano restringem a produção de
alguns setores. Segundo Sérgio
Vale, economista da MB Associados, o aumento do preço dos
alimentos, focado em itens essenciais, já afeta a fabricação de
produtos supérfluos. "Com os
alimentos mais caros, sobra
menos renda disponível para
outros gastos e muitos setores
já se ressentem desse efeito, o
que afeta principalmente as famílias de renda menor."
Entre eles, estão os setores
de fumo (queda de 11,2% no semestre) e produtos de limpeza
(-3,1%). O ramo de bebidas
também sofreu com esse efeito
e cresceu só 0,3% no semestre.
Para Silvio Sales, coordenador de indústria do IBGE, o
câmbio também contribuiu negativamente para o desempenho de alguns setores, ao promover importações e desestimular exportações. Ele citou os
ramos de calçados e artigos de
couro e a indústria da madeira,
cuja produção caiu 5,6% e
11,2%, respectivamente, no primeiro semestre.
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