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Governo teme que atraso da indústria afete Angra 3
DENISE MENCHEN
DA SUCURSAL DO RIO
A Eletronuclear manifestou
preocupação ontem com a capacidade da indústria nacional
de absorver as encomendas
previstas para a retomada da
construção de Angra 3. O investimento na usina nuclear, que
recebeu licença prévia do Ibama em 23 de julho, será de R$
7,3 bilhões -70% aplicados no
Brasil. Apenas com equipamentos nacionais a estatal irá
gastar R$ 1,4 bilhão.
"Estamos preocupados porque a indústria nacional está
um pouco sobrecarregada,
principalmente com a Petrobras", disse o engenheiro Ronaldo Barata, da área de planejamento e orçamento de novos
empreendimentos da Eletronuclear, em palestra proferida
no Clube de Engenharia, no
centro do Rio.
Segundo ele, as empresas terão que investir em expansão
para dar conta da demanda.
"Há tempo hábil para isso. E os
grandes fabricantes nacionais
já provaram, com Angra 2, que
têm capacidade [de produzir os
equipamentos necessários]."
Ele também destacou a importância de investimento na
qualificação da mão-de-obra.
Durante as obras, o projeto deve gerar 9.000 empregos diretos e 15 mil indiretos. Na fase de
operação, serão 500 empregos
diretos. "Houve um hiato grande no programa brasileiro, e os
cursos de energia nuclear foram descontinuados. É preciso
um processo de treinamento."
Se o cronograma previsto pela
empresa for cumprido, a usina
ficará pronta em 2014.
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