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Exportação cresce e melhora saldo comercial
Vendas ao exterior em julho são as maiores da história; importações também atingem recorde, mas reduzem ritmo de alta
Saldo da balança comercial de janeiro a julho ficou em US$ 14,65 bi, uma queda de 39% em relação aos mesmos meses do ano passado
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O auge da safra de grãos e os
altos preços de commodities
elevaram as vendas externas do
país no mês passado. As exportações e as importações brasileiras registraram valores recordes para o mês de julho, com
vendas de US$ 20,45 bilhões e
compras de US$ 17,14 bilhões.
O resultado foi um superávit de
US$ 3,3 bilhões, valor 5,5% menor que em julho de 2007.
O desempenho das exportações nos primeiros sete meses
do ano também demonstra que
a alta dos preços de alimentos e
metais vêm recuperando as
vendas externas do país.
De janeiro a julho, o Brasil
exportou US$ 111,1 bilhões, um
aumento de 27,7% em relação
ao mesmo período de 2007. No
primeiro semestre, a expansão
foi de 24,8%. Ou seja, o ritmo
vem crescendo e o resultado
dos últimos 12 meses -US$
184,41 bilhões- já se aproxima
da meta do governo, de US$ 190
bilhões para este ano.
As importações, por outro lado, reduziram o ritmo de alta.
No acumulado deste ano, foram importados US$ 96,45 bilhões, aumento de 52,2% em
relação aos primeiros sete meses de 2007. De janeiro a junho
deste ano, o ritmo era de 62,6%.
A conseqüência foi a melhora
no superávit comercial, que vinha se deteriorando fortemente ao longo do ano. De janeiro a
julho, o saldo da balança ficou
em US$ 14,65 bilhões, uma
queda expressiva de 38,7% em
relação aos mesmos meses de
2007. Em maio, o saldo acumulado foi 48% menor e no primeiro semestre, 44,3% abaixo
do registrado no mesmo período de 2007.
A melhora é particularmente
importante porque auxilia o
balanço de pagamentos. No primeiro semestre deste ano, o
país teve um déficit recorde na
história em transações correntes: US$ 17,40 bilhões.
Segundo o secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, o mês de julho tradicionalmente registra altas de exportação, entre outros motivos, devido ao embarque da safra.
"Foi um mês equilibrado, e
isso reflete um bom momento
da economia brasileira. As importações estão bastante concentradas em máquinas para a
indústria, o que torna difícil reduzir as importações no atual
estágio de crescimento da economia", avaliou Barral.
Commodities
Se por um lado ajuda as contas externas e melhora o desempenho do Brasil no exterior, o forte aumento das exportações atrelado a preços de
alimentos acende um sinal de
alerta. Isso porque as commodities vêm caindo de preço no
mercado internacional.
Segundo o vice-presidente da
AEB (Associação de Comércio
Exterior do Brasil), José Augusto de Castro, ainda não é
possível saber se a queda nas
cotações vai afetar as exportações brasileiras neste ano.
"Todas as commodities, sem
exceção, tiveram aumento de
preços, inclusive suco de laranja e açúcar, que tinham apresentado queda nas últimas
duas semanas", afirmou.
Outro fator de preocupação,
apontado em nota divulgada
pelo Iedi (Instituto de Estudos
para o Desenvolvimento Industrial), é a forte dependência
do país de produtos básicos, cujos preços são mais sujeitos às
oscilações do mercado.
"O fato grave que os dados de
julho evidenciam é o grande retrocesso das exportações de
manufaturados no contexto
das exportações totais brasileiras. Considerando os valores
por dia útil, as vendas externas
totais aumentaram 38,6% em
julho em relação a julho de
2007, mas as exportações de
manufaturados cresceram somente 16,9%", diz a nota.
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