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Bolsa encerra
semana em
baixa; dólar
cai a R$ 1,559
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Após a pesada queda de
8,48% registrada em julho, a
Bolsa de Valores de São Paulo
começou o mês em terreno negativo, com perdas de 3,15%. Já
no mercado de câmbio, o dólar
desceu a R$ 1,559, mais baixa
cotação desde a liberação do
câmbio promovida pelo governo no dia 15 de janeiro de 1999.
Os mercados acionários nos
principais centros financeiros
tiveram um dia ruim. Mas nenhuma Bolsa, dentre as mais
relevantes, perdeu tanto quanto a brasileira. Nos EUA, houve
baixas de 0,45% no índice Dow
Jones e de 0,63% na Nasdaq. A
Bolsa de Londres recuou
1,06%. O índice Nikkei, o principal de Tóquio, perdeu 2,11%.
O que mais afetou a Bovespa
foi a queda das ações de siderúrgicas, em especial o mau desempenho dos papéis da Vale. A
companhia viu seus papéis encerrarem o pregão com perdas
de 6,23% (ordinárias) e 5,87%
(preferenciais "A").
O enfraquecimento das commodities metálicas e a saída de
capital externo da Bolsa têm
prejudicado as siderúrgicas. Os
temores de que a China enfrente uma desaceleração mais forte em sua economia é um fator
que tem afetado negativamente as commodities.
No pregão de ontem, as ações
ordinárias da Usiminas recuaram 4,71%; as PN da Gerdau
perderam 3,79%; e os papéis
ON da CSN caíram 3,26%.
No caso de Petrobras, as quedas ontem foram de 3,87%
(PN) e 3,77% (ON).
As ações dos grandes bancos
privados, que apresentarão na
próxima semana seus resultados do segundo trimestre, estiveram entre as baixas de ontem. A ação preferencial do
Bradesco, que divulga seu balanço depois de amanhã, recuou 2,47%. Em seguida apareceram Itaú PN, que caiu 1,88%,
e Unibanco UNT, com depreciação de 1,29%.
Analistas apontam que a volatilidade que tem afetado a Bovespa tem seu epicentro no clima internacional e na fuga dos
investidores estrangeiros.
Até o dia 29, a saída de capital
externo da Bolsa, de R$ 7,72 bilhões, era a maior para um mês
já registrada.
Como muito capital externo
tem vindo para o Brasil atrás
das elevadas taxas -praticam-se aqui os maiores juros reais
do mundo-, o câmbio não tem
refletido a saída de capital externo do mercado acionário.
A baixa de 0,26% de ontem
fez com que a depreciação do
dólar diante do real no ano passasse a ser de 12,27%. Em 2007,
ano em que a moeda americana
perdeu forte valor, a baixa acumulada foi de 16,85%.
Para José Roberto Carrera,
diretor da Fair Corretora, "o
dólar tem tudo para testar em
breve o R$ 1,50". "Como não
vejo o governo tomando nenhuma medida para tentar
conter o câmbio, a tendência de
baixa segue muito forte", diz.
No pregão de ontem, operadores comentaram que era esperada a entrada de recursos
provenientes da negociação de
Eike Batista com a Anglo American, que girariam acima de
US$ 3 bilhões.
Balanço
Se o pregão de ontem foi bem
negativo, a semana trouxe resultados menos desanimadores
para o mercado acionário. A
Bolsa paulista se apreciou
0,75% no acumulado da semana, com 36 dos 66 papéis do índice Ibovespa em alta.
E ações do setor siderúrgico
encerraram a semana com resultado positivo. As ações preferenciais da Gerdau, por
exemplo, tiveram ganhos de
9,45% na semana. O papel ON
da Usiminas subiu 5,81%, e o
ON da CSN teve alta de 5,23%
no período.
A próxima semana, na qual
ocorrerão as reuniões dos bancos centrais de EUA, Inglaterra
e da zona do euro, tende a ser de
bastante oscilação no mercado
financeiro internacional.
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