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Brics concentram expansão das montadoras
PAULO DE ARAUJO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Com os mercados dos países
desenvolvidos aproximando-se
de um ponto de saturação, os
Brics (Brasil, Rússia, Índia e
China) devem responder por
63% do crescimento global da
indústria automotiva até 2015,
aponta análise da consultoria
PriceWaterhouse Coopers.
A expectativa para daqui a sete anos é que a produção mundial de automóveis e comerciais leves atinja 85,5 milhões
de unidades, um acréscimo de
24% em relação aos 69 milhões
de unidades produzidos no ano
passado.
Desse incremento de 16,5
milhões unidades na produção
de carros, a China e a Índia devem responder por 30% e 15%,
respectivamente. O Brasil ficaria com uma fatia de 8%, e a
Rússia, com 10%, aponta estudo da PriceWaterhouse.
"Os mercados emergentes
são a fronteira de expansão das
montadoras, enquanto nos países desenvolvidos o crescimento será vegetativo", afirma o sócio da PriceWaterhouse Coopers Marcelo Cioffi.
A relação habitante por veículo vem a ser o principal limitador do crescimento do setor
nos países ricos. Nos Estados
Unidos, por exemplo, há 1 automóvel para cada 1,2 habitante.
No Reino Unido e na França,
essa relação é de 1,7. Por contraste, na Índia, há 1 carro para
cada 67 pessoas; na China, a relação é 1 por 18,6; na Rússia, de 1
por 4,5; e, no Brasil, de 1 carro
por 7,7 habitantes.
Para Cioffi, os dados mostram que os países ricos, embora continuem a ter mercados
importantes, especialmente
por conta da renovação da frota, serão menos dinâmicos.
A se confirmar a previsão de
crescimento da Price para a
produção de veículos no Brasil
-a uma taxa anual média de
10% nos próximos anos-, o
Brasil terá, em 2015, um automóvel para cada seis habitantes. "É uma mudança de quadro
rápida", diz Cioffi.
Recorde
O setor automotivo registrou, nos primeiros sete meses
do ano, recorde histórico de
vendas. Foi emplacado no país
1,61 milhão de automóveis e comerciais leves até julho, de
acordo com dados apresentados pela Fenabrave (Federação
Nacional da Distribuição de
Veículos Automotores).
O número representa acréscimo de 30,51% em relação às
vendas do mesmo período do
ano passado.
Para o presidente da Fenabrave, Sérgio Reze, embora
atravesse um período de pujança, o setor automotivo começará a passar por uma acomodação. "O crescimento não pode
gerar distorções", afirma. Ele
nega, porém, que haja dificuldades em atender a demanda.
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