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Soja é quem mais perde com regime de tributação
Brasil tinha 44% das exportações mundiais de óleo de soja em 96; hoje, são 24%
Argentina ganhou mercado
ao impor taxas maiores para
exportação de grãos e
menores para de produtos
de maior valor agregado
DA REDAÇÃO
A opção do Brasil pelas commodities afeta de maneira mais
acentuada o principal item da
balança agrícola do país. Em
1996, o Brasil era responsável
por 44% do óleo de soja exportado no mundo. Atualmente,
esse percentual caiu para 24%.
No mesmo período, as exportações de soja em grãos saltaram
de 12% para 42%.
O grande ganhador desse
mercado foi a Argentina, que
impõe taxas de 35% nas exportações de soja em grãos, 32%
nas de farelo e óleo e 20% nas
de biodiesel, segundo Fábio
Trigueirinho, da Abiove.
"A situação na Argentina
também é ruim, mas eles fazem
melhor do que o Brasil porque
fortalecem as exportações com
valores agregados."
No Brasil, as exportações de
grãos são isentas, mas o processo produtivo da agroindústria
para exportação não é. A movimentação de soja de um Estado
para o outro faz as indústrias
pagarem 12% de ICMS.
Mesmo assim, o setor lidera
as exportações e já trouxe US$
81 bilhões para o país desde o
início de 1998. O segmento de
produtos florestais, devido ao
clima apropriado e às áreas disponíveis, trouxe US$ 61 bilhões
em exportações no período.
Carnes
Outro setor que ganha força
no agronegócio é o de carnes.
Com pouca representatividade
na década passada, exportou
US$ 57 bilhões em dez anos e
hoje ocupa o terceiro lugar.
A balança do agronegócio começa a receber novos produtos
na lista de exportações. As receitas com álcool, embora o
mercado externo ainda não esteja muito desenvolvido, somam US$ 1,2 bilhão neste ano.
É um setor que deve render
muito nos próximos anos.
Força também deverão ter os
lácteos, setor no qual o país deve se destacar nos próximos
anos devido às condições favoráveis de produção.
Nesse caso, o setor já começa
com uma certa dose de valor
agregado. Maria Helena Fagundes, analista do setor lácteo
da Conab, afirma que 75% das
vendas externas brasileiras são
de leite em pó integral e condensado. Com esse leite, vão o
açúcar e a lata feita de folha-de-flandres.
O Brasil ganha novo reforço
nas exportações: o milho. A opção dos EUA pelo grão na produção de álcool deixou espaço
para o Brasil crescer. As exportações, que superaram 10 milhões de toneladas em 2007,
renderam US$ 1,9 bilhão.
Algumas previsões indicam
que, devido à disponibilidade
de terras e ao avanço da tecnologia nesse setor, o Brasil deverá elevar as exportações para 17
milhões de toneladas nos próximos anos.
(MAURO ZAFALON)
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