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Mulheres não devem temer suas características, afirma executiva
Líderes de empresas tiveram que aprender a administrar suas qualidades
DA REPORTAGEM LOCAL
Carmem Campos Pereira,
40, a primeira mulher a ocupar
a presidência de uma empresa
do setor de infra-estrutura no
Brasil -ela dirige o Grupo Rede, de geração e distribuição de
energia elétrica-, diz que já foi
aconselhada a deixar de usar
seus dois grandes anéis de ouro, que ostenta um em cada
mão, e os brincos chamativos.
"Não obedeço a esse tipo de regra. E, além disso, detesto brinco pequeno", diz, rindo.
Conhecida como negociadora extremamente talentosa, Pereira credita o seu sucesso nessa área a duas habilidades: a capacidade de ouvir e a perspicácia para entender rapidamente
o seu interlocutor. Ela talvez
seja o melhor exemplo de executiva que consegue revelar na
hora certa o lado feminino e o
lado masculino. Logo depois de
apontar essas características
como das suas maiores, Pereira
completa, objetiva: "Para mim,
nunca fez a menor diferença
quem está do outro lado da mesa. Nunca me deixei intimidar".
Duda Escobar, 59, cantora lírica e diretora da feira de imagem PhotoImageBrazil, também não. Mesmo ouvindo piadas a respeito do seu trabalho
quando começou a organizar o
evento -"Até os folhetos de divulgação que eu criava os colegas consideravam femininos
demais"-, não desistiu. "O dono da empresa, Caio de Alcântara Machado, apoiava-me bastante e isso fez toda a diferença.
Ele era um visionário e soube
extrair de mim o meu melhor,
que é a veia artística", lembra.
Para Ana Maria Nubié, 41, vice-presidente de atendimento
da Agência Click, especializada
em interatividade, as mulheres
não devem temer as suas próprias características. "É preciso
aprender a utilizá-las, isso
sim", ensina. "Nos meus 20
anos de carreira, vi muitas colegas negando a condição feminina, de que se emociona, os hormônios ficam bagunçados etc.
A partir do momento em que se
reconhecem essas particularidades, é mais fácil administrá-las de forma pragmática."
"Em alguns quesitos, as mulheres até levam vantagem, como no gerenciamento de equipes, pela sua capacidade de lidar com pessoas", diz Nadir
Moreno, 39, presidente da empresa de transporte expresso
UPS no Brasil. "Gosto de roupas cor-de-rosa, mas acredito
que a confiança se conquista
com o modo de agir. O compromisso e o profissionalismo ficam acima de tudo."
(DG)
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