|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
1º teste da portabilidade de telefone ocorre hoje
Primeiros pedidos de mudança serão efetivados
JULIO WIZIACK
DA REPORTAGEM LOCAL
A Claro, na telefonia móvel, e
a GVT, na fixa, estão liderando
a disputa por clientes neste começo da implantação da portabilidade, o serviço que permite
trocar de operadora levando o
número do telefone.
Até ontem às 16h45, a Claro
tinha recebido 458 pedidos de
clientes interessados em deixar
sua operadora, a maior parte
saídos da Vivo (228). Já 171
clientes da Claro pediram para
trocar de operadora, o que significa que a cada cliente que
deixa a tele, ela ganha outros
três até aqui. Já a TIM recebeu
180, mas perdeu 208. Na Vivo
essa proporção foi de 203 contra 319, na Oi (móvel), ela foi de
1 contra 34, e na Brasil Telecom
(móvel), de 36 contra 129.
A primeira efetivação dos pedidos de portabilidade estava
prevista para a madrugada de
hoje, entre 2h e 4h. É nesta hora que poderá haver problemas
técnicos, mas, segundo os engenheiros que monitoram o funcionamento das redes, as chances de que algo muito grave
ocorra seriam remotas.
Segundo Eduardo Tude, presidente do Teleco, consultoria
da área de telecomunicações,
essa movimentação reforça o
que as pesquisas já indicavam.
"Quem era líder tende a perder
na fixa e na móvel", diz.
Para Tude, outro diferencial
é a campanha publicitária da
Claro, que saiu na frente defendendo a portabilidade enquanto outras teles pediram o adiamento do serviço. "Mas ainda é
cedo para dizer que ela será a
maior beneficiada com a portabilidade", diz. "Estamos falando de uma área de cobertura
muito pequena. São Paulo e Rio
de Janeiro só entram em operação em 2009."
Na rede fixa, a movimentação ocorreu entre GVT e a BrT
(Brasil Telecom). Os números
da ABRT, a associação que centraliza os dados da portabilidade no país, mostram que a GVT
teve 260 pedidos de chegada e 9
clientes de partida no período
considerado. A BrT registrou 5
adesões e 239 perdas, quase todas elas para a GVT.
No interior de São Paulo, onde atuam a Telefônica e a Embratel, a portabilidade praticamente não ocorreu. Até as
16h45, a Telefônica havia recebido dois pedidos e perdido três
clientes. Na Embratel, essa
proporção foi de 10 contra 6.
Segundo Tude, os consumidores ainda não sabem que podem aderir a produtos como o
Livre, da Embratel, mantendo
seus números mesmo em telefones via internet. Por meio de
sua assessoria de imprensa, a
operadora diz que ainda não há
uma campanha avisando que
seus produtos são uma opção à
portabilidade.
A Pro Teste, instituição de
defesa do consumidor, afirma
que disse à Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações)
que as operadoras não estariam
comunicando os consumidores
adequadamente sobre a portabilidade. "Há propagandas, mas
elas não são suficientes", diz
Maria Inês Dolci, do Pro Teste.
Em resposta a um ofício da
instituição, a Anatel afirmou
que cabe às operadoras informarem os consumidores. "Enviamos ofício a todas elas há
mais de um mês cobrando uma
posição", disse Dolci. "Ainda
não recebemos resposta."
As teles alegam que suas centrais de atendimento estão devidamente preparadas para informar os consumidores. Algumas dizem que já dispõem, inclusive, de sites específicos para atender aos clientes.
Texto Anterior: Google lança programa para navegar na internet Próximo Texto: Bancos mantêm ganhos com tarifas Índice
|