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Sindicato também é fator de pressão
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Além da pressão da alta do dólar, as indústrias terão de enfrentar a queda de braço que algumas
categorias profissionais vão travar para proteger seus salários.
A variação nos preços fez os Sindicatos dos Metalúrgicos de São
José dos Campos, Campinas, Limeira e Santos -representam
100 mil trabalhadores- e a FUP
(Federação Única dos Petroleiros) -reúne 32 mil- pedirem
gatilho nas negociações deste ano.
"Com a inflação na casa dos dois
dígitos, não dá para pensar em estabilidade econômica e esquecer
do salário", diz Luiz Carlos Prates,
presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região (filiado à CUT), que
defende 3% de reposição nos salários quando a inflação atingir isso.
Os petroleiros incluíram na pauta
deste ano 2% de reposição.
Na avaliação do coordenador
técnico do Dieese, Sérgio Mendonça, se a inflação permanecer
alta em 2003, a tendência é de
mais categorias pedirem gatilho
mensal ou reajustes semestrais.
"Há cinco anos os trabalhadores
têm visto seus salários caírem. O
descontrole da inflação vai levar
os sindicatos a discutirem uma
política salarial para compensar
as perdas. Isso deve ocorrer se a
inflação passar dos 10%."
Para o presidente da CUT, João
Felício, o gatilho vai voltar às negociações se o dólar continuar subindo e os preços disparando. "A
indexação foi maléfica no passado. Mas, com a inflação acima de
10%, teremos de negociar reajuste
trimestral, semestral ou gatilho."
"Quem defende gatilho é a turma da esquerda da CUT", diz o
presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva. Mas ele não
descarta a possibilidade de incluir
nas próximas pautas de reivindicação reajustes automáticos. "Se
chegar a fevereiro em 8% ou 10%,
não vai dar para esperar a data-base." Nessa semana, a central já
pressiona os empresários ameaçando greve por tempo indeterminado, caso não consiga reajuste
acima da inflação nas negociações
salariais dos metalúrgicos.
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