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Construtora quer contrato "flexível"
DA REPORTAGEM LOCAL
Os aumentos de preços dos materiais de construção -no caso
de alguns produtos chegam a 24%
em 12 meses- estão levando as
construtoras a pensar em reajustes flexíveis nos contratos inferiores a um ano -isto é, assim que o
preço dos produtos sobe, o valor
da obra é reajustado.
"Hoje, na hora de fechar um
contrato, é mais interessante flexibilizar a cláusula que trata de
reajuste do que adicionar uma inflação em cima de expectativa do
que vai vir", afirma Artur Quaresma Filho, presidente do SindusCon-SP, sindicato que reúne a indústria paulista da construção.
Nos contratos de prazos acima
de 12 meses, o reajuste é feito uma
vez por ano de acordo com um índice, estabelecido pelas partes.
Nesse caso, não é possível mexer,
o que não vale para os contratos
para obras menos demoradas.
Apesar de as construtoras estarem registrando "margens apertadíssimas de lucro" e existir negociações para repasse de aumentos de custos para os preços, diz,
os empresários do setor não querem a volta da indexação.
Se a inflação persistir, diz, o
grande desafio das construtoras
será pensar numa fórmula para
"não ser um setor incentivador da
inflação e ao mesmo tempo não
perder com a alta de preços".
Muitas construtoras, segundo
ele, preferiram parar de vender
neste momento para não correr o
risco de entregar uma obra pelo
preço menor do que ela custou.
Francisco Vasconcellos, vice-presidente do SindusCon e diretor da DP Engenharia, diz que a
flexibilização de reajustes nos
contratos inferiores a um ano é
uma maneira de contornar a alta
de preços, mas não significa reindexação.
"A flexibilização dos reajustes
nos contratos é uma forma de dar
mais abertura nas negociações no
caso de a alta de preço inviabilizar
o negócio", diz Vasconcellos.
"Não significa indexação." Para
Eduardo Zaidan, vice-presidente
do SindusCon, se a inflação persistir, as novas obras serão inviabilizadas.
(FF)
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