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ANÁLISE
Barreira limita avanço da carne brasileira
DA REDAÇÃO
A carne brasileira é de
boa qualidade, mas está fora
de alguns mercados que mais
bem remuneram o produto, como Japão, EUA e Coréia do Sul.
Esses países, em desacordo com
a OIE (Organização Internacional
de Epizootias), não aceitam o produto brasileiro devido à febre aftosa. Segundo a OIE, o Brasil está
praticamente livre da doença,
mas, devido à grande extensão
territorial, ela ainda é encontrada
em algumas áreas.
A política do Japão e da Coréia
do Sul é de exclusão. Se o país não
estiver totalmente livre da doença, não poderá exportar. Mesmo a
carne das áreas livres da aftosa
não é aceita pelos dois países. Se o
Japão não mudar essa política, será difícil para o Brasil atingir
aquele mercado, porque o gado
brasileiro muitas vezes está em
contato com outros animais silvestres portadores da doença.
Além disso, o país tem divisa seca
com vizinhos onde o controle da
febre aftosa é menos eficiente.
Já os EUA aceitam as resoluções
da OIE, mas adotam uma avaliação do nível de risco para cada
país. No caso brasileiro, os EUA já
estavam para liberar as importações de carne "in natura" do Brasil quando, há três anos, ocorreu
um surto de febre aftosa no Rio
Grande do Sul.
No final de 2003, o processo estava praticamente concluído novamente, e os brasileiros esperavam iniciar as exportações para os
EUA neste ano.
Para alguns analistas, o processo poderá ser acelerado porque a
carne brasileira não tem a mancha da vaca louca. Para outros, o
mercado dos EUA vai se tornar
ainda mais restritivo devido à
ameaça brasileira aos pecuaristas
dos Estados Unidos.
As barreiras atuais à carne brasileira são mais por motivos políticos do que por sanidade animal.
As decisões de abertura desses
mercados dependem de acertos
entre os governos. No caso dos
EUA, as negociações estão avançadas, mas o mesmo não ocorre
com o Japão e com a Coréia do
Sul.
(MAURO ZAFALON)
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