São Paulo, quinta-feira, 04 de setembro de 2008

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Foco

Mantega se refugia em cozinha durante protesto contra governo chileno

DA REDAÇÃO

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, precisou se refugiar na cozinha de um hotel em Santiago (Chile), depois que manifestantes invadiram o salão onde estava sendo realizado um seminário internacional sobre fundos soberanos.
O incidente ocorreu no momento em que o ministro da Fazenda chileno, Andrés Velasco, participava de entrevista ao lado do colega norueguês, Martin Skancke, e do vice-diretor-gerente do FMI, John Lipsky, além de Mantega. Os dirigentes tiveram que ir para a cozinha do hotel depois que os seguranças não conseguiram conter os manifestantes e ficaram lá por aproximadamente 30 minutos, até que a polícia retirasse à força os invasores.
Os cerca de 50 manifestantes (pelos cálculos do jornal "La Nación"), a maioria mulheres, fazem parte de uma associação de devedores do setor de habitação e são conhecidos por interromperem atos oficiais, especialmente aqueles de que participa a presidente chilena, Michelle Bachelet.
Eles reclamam do montante das suas dívidas e pedem que parte da receita com a venda do cobre (principal fonte de exportação do país) seja distribuída para a população mais pobre, e não para o fundo soberano (fundo de investimento do governo).
"Ministro da Fazenda, o dinheiro do cobre é para as pessoas humildes. A minha casa está inundada de dívidas", gritava uma das manifestantes ontem. "As nossas famílias estão morrendo de fome", protestava Olga Zúñiga, uma das dirigentes da associação.
Ainda segundo o "La Nación", Mantega e os demais dirigentes saíram pela porta dos fundos da sala no momento da invasão, mas foram seguidos pelos manifestantes, que levavam um boneco de tamanho natural que representava Velasco.
Em um momento em que os preços do cobre batem recorde, o governo de Bachelet vive um dilema entre elevar gastos (e estimular a inflação) ou contê-los -e enfrentar o desgaste com a população e os aumentos dos protestos. A estatal Codelco, principal exportadora de cobre, tem que repassar aos militares 10% do que obtêm com as vendas.


Com agências internacionais


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