|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Foco
Mantega se refugia em cozinha durante protesto contra governo chileno
DA REDAÇÃO
O ministro da Fazenda,
Guido Mantega, precisou se
refugiar na cozinha de um hotel em Santiago (Chile), depois que manifestantes invadiram o salão onde estava
sendo realizado um seminário internacional sobre fundos soberanos.
O incidente ocorreu no momento em que o ministro da
Fazenda chileno, Andrés Velasco, participava de entrevista ao lado do colega norueguês, Martin Skancke, e do vice-diretor-gerente do FMI, John Lipsky, além de Mantega. Os dirigentes tiveram que
ir para a cozinha do hotel depois que os seguranças não
conseguiram conter os manifestantes e ficaram lá por
aproximadamente 30 minutos, até que a polícia retirasse
à força os invasores.
Os cerca de 50 manifestantes (pelos cálculos do jornal
"La Nación"), a maioria mulheres, fazem parte de uma
associação de devedores do
setor de habitação e são conhecidos por interromperem
atos oficiais, especialmente
aqueles de que participa a
presidente chilena, Michelle
Bachelet.
Eles reclamam do montante das suas dívidas e pedem
que parte da receita com a
venda do cobre (principal
fonte de exportação do país)
seja distribuída para a população mais pobre, e não para o
fundo soberano (fundo de investimento do governo).
"Ministro da Fazenda, o dinheiro do cobre é para as pessoas humildes. A minha casa
está inundada de dívidas",
gritava uma das manifestantes ontem. "As nossas famílias estão morrendo de fome",
protestava Olga Zúñiga, uma
das dirigentes da associação.
Ainda segundo o "La Nación", Mantega e os demais
dirigentes saíram pela porta
dos fundos da sala no momento da invasão, mas foram
seguidos pelos manifestantes, que levavam um boneco
de tamanho natural que representava Velasco.
Em um momento em que
os preços do cobre batem recorde, o governo de Bachelet
vive um dilema entre elevar
gastos (e estimular a inflação)
ou contê-los -e enfrentar o
desgaste com a população e
os aumentos dos protestos. A
estatal Codelco, principal exportadora de cobre, tem que
repassar aos militares 10% do
que obtêm com as vendas.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Megacampo: Debate antecipado sobre pré-sal é necessário, diz Lula Próximo Texto: Alimentos recuam, e inflação em SP fecha agosto em 0,38% Índice
|