|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Deterioração
do crédito é
generalizada
DA REPORTAGEM LOCAL
A deterioração do crédito está
aumentando tanto em empréstimos para pessoas físicas quanto
para empresas. É o que mostram
os dados do Banco Central.
Nos primeiros três meses do
ano, o volume de transações com
cheque especial atrasadas há mais
de 90 dias passou de R$ 762 milhões para R$ 819 milhões. No
mesmo período, as operações de
crédito pessoal que estão na mesma faixa de atraso cresceram
5,8%, as capital de giro cresceram
12% e as de desconto de duplicatas se expandiram 9,5%.
Segundo o economista Ricardo
Leal, da Coppead, um indício de
que a situação pode piorar ainda
mais é que o total de operações
com atraso menor-entre 15 e 90
dias- está caindo, enquanto o
chamado crédito podre, há mais
de 90 dias sem pagamento, cresce.
"Esse é um sinal de que as pessoas já inadimplentes não estão
conseguindo saldar suas dívidas e
o tempo de inadimplência está
aumentando", disse Leal.
A realidade do mercado de crédito neste início de ano está distante do quadro pintado por alguns especialistas no fim de 2001.
Segundo o economista Fernando Cardim, professor da UFRJ
(Universidade Federal do Rio de
Janeiro), havia um excesso de otimismo relacionado ao pequeno
contágio sofrido pelo país com a
crise argentina:
"No fim do ano passado, houve
um alívio porque se acreditava
que a Argentina tinha morrido
sozinha. Era um certo exagero",
disse Cardim.
Segundo o economista, o Brasil
continua vulnerável à entrada de
capitais para o financiamento das
contas externas. Isso fez com que
as perspectivas para a economia
mudassem muito rápido, conforme as oscilações do mercado externo, principalmente a alta do
petróleo, e as incertezas políticas.
"A tendência agora é que os
bancos continuem conservadores, aplicando em títulos públicos
e restringindo a oferta de crédito",
diz Cardim.
(EF)
Texto Anterior: Bancos já se preparam para explosão do calote Próximo Texto: Riqueza americana: Pessimismo derrota sinais iniciais de melhoria nos EUA Índice
|