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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Desempenho da Bolsa em 2008 é o segundo pior desde o Plano Real
O ano de 2008 não tem sido
nada favorável para o mercado
de ações. Com uma queda de
13% até ontem, o Ibovespa registra neste ano o seu segundo
pior resultado desde a adoção
do Plano Real, em 1994. A
maior queda ainda foi a de
2002, ano da eleição de Lula,
quando o índice caiu 27,44%.
Já em relação aos dois carros-chefes da Bolsa, Petrobras
e Vale, 2008 já é o ano de pior
desempenho das duas empresas, tanto das ações ordinárias
como das preferenciais. As
ações da Petrobras caíram
25,12% (PN) e 23,2% (ON). As
da Vale, 29% (PN) e 30,05%
(ON).
"A coisa está feia", diz o economista Einar Rivero, economista da Economática e autor
desse estudo.
O que os especialistas recomendam neste momento é
muito sangue-frio, principalmente daqueles investidores
iniciantes na Bolsa. Quem investe em ações não deve ficar
preocupado com o curto prazo,
principalmente em momentos
de oscilações fortes.
Para reforçar a necessidade
de cautela por parte dos investidores, Einar Rivero mostra
que, desde o início do governo
Lula, o saldo ainda é extremamente positivo. Quem investiu
na Bolsa do primeiro dia do governo Lula até ontem, ainda estará ganhando 394%, o que significa um belo resultado, superior a qualquer outra aplicação.
Até o final do ano passado, o
ganho era de 467% nos cinco
primeiros anos do governo Lula. Já de dezembro de 1994 até
ontem, a valorização do Ibovespa sobe para 1.367% -com a
queda deste ano, os ganhos
caem para 1.177%, o que significa que o resultado ainda é bastante expressivo.
O mesmo se pode dizer em
relação às ações da Petrobras e
da Vale. Se as ações dessas duas
empresas estão em queda neste
ano, em razão da redução dos
preços das commodities, nos
últimos anos o movimento foi
inverso.
A ação ordinária da Petrobras subiu mais de 10.000% até
o final do ano passado em relação a dezembro de 1994. A da
Vale, quase 4.000%.
"Quem entrou agora na Bolsa
está perdendo, mas quem já está no mercado há mais tempo
está ganhando, e muito", diz Einar Rivero.
PANO
O setor de tecidos vendeu
12% a mais no atacado em
julho sobre o mesmo mês de
2007. O avanço foi de 2% ante junho. "O resultado é
bom. Os meses anteriores já
haviam registrado aumento
expressivo", diz Arinos de
Almeida Barros, presidente
do sindicato da categoria.
COM GELO
A família de uísques Chivas Regal traz a São Paulo o
projeto Chivas Studio para
fortalecer a marca no mercado de luxo. A programação
foi organizada pelo consultor de luxo Carlos Ferreirinha e pelo músico João Marcelo Bôscoli. O evento começa amanhã e vai até o dia 23.
MORRA DE RIR
O portal "Funny or Die", criado por Will Farrell nos
EUA, ganha versão em português em www.morraderir.com.br. "No plano de expansão fora dos EUA, o Brasil foi o primeiro escolhido", diz Maurício Duarte, diretor-geral da Sequóia Capital, que lança o site no país, com investimento de US$ 5 milhões. O portal terá vídeos com Ivete Sangalo, Luana Piovani e publicará filmes de internautas, que serão votados on-line. Se o vídeo for classificado como engraçado, fica no ar, senão é eliminado.
Restrição a estrangeiro afeta setor aéreo, diz analista
A disparada de preços dos
combustíveis e a restrição à
participação de empresas estrangeiras em companhias aéreas afetam a competitividade
do setor. A análise é de Richard
Crum, presidente da ACTE
(Association of Corporate Travel Executives), que representa
a área de viagens corporativas.
O especialista está em São
Paulo para participar, hoje, de
um fórum da ACTE da América
Latina no auditório da Universidade Anhembi Morumbi.
Crum afirma que restrição às
empresas estrangeiras no Brasil, nos EUA ou em outros mercados que imponham barreiras
impede que as companhias se
tornem de fato globais.
No Brasil, Crum avalia que,
para estimular a competitividade, o país deveria analisar as
políticas implementadas na
Europa e na Ásia para a criação
de empresas que adotam o conceito "low cost" (baixo custo).
O presidente da associação
diz, entretanto, que o preço das
passagens está ameaçado pelo
custo dos combustíveis. Nos
EUA, a ACTE diz que empresas
de transporte devem perder
US$ 10 bilhões em 2008.
"O custo do combustível para
as operadoras americanas passou de 10% a 15% das despesas
totais para um percentual de
40% a 45% em um ano", afirma.
Crum diz que o preço das
passagens, com o impacto do
combustível, faz com que empresas comecem a trocar, por
exemplo, a ida de executivos a
reuniões por teleconferências.
SEGURO
Eduardo Bom Angelo, ex-presidente da Brasilprev, assume a presidência da corretora de seguros Lazan MDS, da família Feffer e do grupo português Sonae, no final deste mês; o executivo entra na empresa com o desafio de alavancar negócios após uma série de parcerias firmadas com corretoras do país
FALECIMENTO
O empresário Sylvio Luiz
Bresser-Pereira morreu ontem no hospital Sírio-Libanês,
aos 72 anos, em decorrência
de um tumor, doença que enfrentava havia sete anos. Economista, foi professor da FGV
(Fundação Getulio Vargas),
diretor do grupo Pão de Açúcar e sócio do banco Fator, instituição de onde saiu há três
anos por motivos de saúde.
Sylvio é irmão do economista
e ex-ministro da Fazenda Luiz
Carlos Bresser-Pereira. Ele
deixa viúva Maria Luiza, cinco
filhos e seis netos. O velório do
empresário está sendo realizado no Sírio-Libanês e o corpo
será cremado hoje ao meio-dia
no cemitério da Vila Alpina,
em São Paulo.
com JOANA CUNHA, VERENA FORNETTI e MARINA GAZZONI
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