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Fiesp cobra o início imediato de negociações "pós-Doha"
DO ENVIADO ESPECIAL A BUENOS AIRES
O presidente da Fiesp, Paulo
Skaf, cobrou ontem do presidente Lula que Brasil e Argentina comecem já o que chamou
de "pós-Doha", ou seja, o início
de negociações bilaterais para
suprir a falta de um acordo global ante o colapso da Rodada
Doha, que envolve os 153 países
da Organização Mundial do Comércio.
Lula até comprou parcialmente a tese, tanto que, em seu
discurso, disse que "a frustração com Doha exige que multipliquemos nossos esforços em
outros tabuleiros para eliminar
distorções no comércio".
Mas o presidente ainda insiste em dizer que não jogou a toalha e vai "continuar tentando
ver se concluímos Doha". Skaf
discorda. "Eu não perderia
tempo com Doha", diz.
Quando Skaf cobra também
da Argentina disposição para
negociações bilaterais, alude a
uma percepção disseminada
entre o empresariado brasileiro de que o vizinho é dogmático
demais e pouco inclinado a reduzir proteção à sua indústria
ao mesmo patamar já aceito pelo Brasil. Não adianta a presidente Cristina ter voltado a negar qualquer dogmatismo e defendido o mais puro pragmatismo: "Nas negociações multilaterais, longe de questões dogmáticas, trata-se de saber o que
nos oferece o outro lado".
Para Humberto Barbato,
presidente da Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), o Mercosul
cria, para o Brasil, "uma camisa
de força", já que o bloco impõe
tarifa externa comum a ser cobrada dos parceiros extra-bloco. Barbato cobra uma flexibilização nas regras do bloco, tese
que tem o apoio de Félix Peña,
especialista argentino em comércio internacional. Ele defende "introduzir mecanismos
que permitam flexibilidades
compatíveis com as regras coletivas pactadas".
(CR)
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