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"Não queremos qualquer coisa"
DA ENVIADA A FAYETTEVILLE
John Menzer, 53, o homem responsável pelos negócios internacionais do Wal-Mart no mundo, é
categórico. Diz que está de olho
em todas as chances de novas
compras no Brasil e aproveita a
conversa para, de forma diplomática, "cutucar" os concorrentes.
Questionado sobre a razão que
levou a empresa a não fazer aquisições nos anos 90 -quando os
concorrentes se debatiam por novas compras-, disse: "Queremos
comprar algo que nos traga valor,
e não qualquer coisa".
Menzer usa o Brasil como
exemplo. Durante entrevista que
concedeu a jornalistas europeus e
à Folha, afirmou: "Acabamos de
fazer uma maravilhosa aquisição
no Brasil [o Bompreço], com vendas que crescem antes do esperado. Gostaríamos de fazer negócios como esse".
Leia abaixo trechos da entrevista concedida no escritório central
da cadeia de varejo.
(AM)
Folha - Quais os planos do Wal-Mart para o Brasil?
Jonh Menzer - Olha, eu amo o
Bompreço. Estou muito feliz com
a aquisição. Já atingimos expansão nas vendas na casa de dois dígitos em relação ao ano passado
com o Bompreço. O que devemos
fazer em relação à rede será o que
os consumidores disserem. Em
relação ao nome da loja, por
exemplo, faremos pesquisas para
saber se o manteremos.
Folha - Haverá novas aquisições
no Brasil?
Menzer - Eu realmente não posso dizer [a companhia tem ações
negociadas em Bolsa nos EUA e
não comenta negócios futuros].
China, Índia, Rússia, México e
Brasil são países vistos como
oportunidades de expansão.
Folha - A cidade de Londrina (PR)
não quer o Wal-Mart em razão dos
efeitos que a rede pode provocar
no mercado, como a quebra de empresas. O que o sr. acha disso?
Menzer - Não estou bem a par [a
relações-públicas interrompe e
informa que esse assunto é um
rumor fruto de especulações imobiliárias na cidade].
Folha - Na prática, nós percebemos que, enquanto o Pão de Açúcar
e o Carrefour estavam comprando
diversas redes nos anos 90, vocês
não participaram desse movimento. O que aconteceu?
Menzer - A verdade é que olhamos algumas das oportunidades.
É preciso pensar muito antes de
fazer uma aquisição. Na verdade,
nós queremos algo que nos traga
valor, e não qualquer coisa.
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