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Vantagem será das tradings, diz produtor
DO ENVIADO AO TOCANTINS
Os produtores da região
de Pedro Afonso, maior
centro produtor de grãos
do Tocantins, estão eufóricos com a chegada da
Norte-Sul, mas sabem que
o benefício do transporte
em escala na nova infra-estrutura não ficará no
bolso dos agricultores.
Cálculos da Coapa (Cooperativa Agropecuária de
Pedro Afonso) indicam a
economia de R$ 20 por tonelada de soja transportada pela ferrovia.
De Pedro Afonso ao município de Porto Franco
(MA) -ponto mais ao sul
do trecho em operação da
Norte-Sul-, o custo da tonelada transportada por
rodovia é de R$ 45. Esse
custo cairá para R$ 25 pela
ferrovia.
"Infelizmente é o comprador da soja que vai ficar
mais competitivo. É uma
pena que todo o esforço
feito pelo país para expandir a infra-estrutura não
chegue aos agricultores",
critica Ricardo Khouri, diretor da Coapa. A dependência do crédito ofertado
pelas múltis conduz o produtor a essa situação.
A região abriga o maior
número de produtores do
Tocantins. São 170 mil
hectares dedicados à cultura de grãos, 136 mil deles
com soja. Em todo o Tocantins, a produção de soja
ocupa 250 mil hectares. Já
a cobertura de grãos subiu
para 450 mil hectares nesta safra, com crescimento
de 22%, segundo levantamento do IBGE.
Os produtores afirmam
que o novo ciclo agrícola
deflagrado pela chegada
da ferrovia não resultará
na destruição do cerrado
ainda preservado às margens da Norte-Sul ou dos
rios Araguaia e Tocantins.
"Há pastagens degradadas
suficientes. Não precisamos destruir o cerrado",
assegura Khouri.
(AB)
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