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Semana ruim abate Bolsa, que perde 6,7%
Após forte depreciação, ações se recuperaram no fim do dia; Bolsa paulista terminou o pregão de ontem com alta de 1%
Na Europa, os mercados
acionários fecharam em
baixa; dólar perdeu força
e fechou ontem a R$ 1,72;
na semana, subiu 5,2%
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Bovespa conseguiu respirar ontem na última hora de
pregão, e subiu 1,03%. Mas o resultado da Bolsa de Valores de
São Paulo na semana, em que
acumulou desvalorização de
6,72%, foi fortemente decepcionante para os investidores.
O dia começou bastante negativo, dando continuidade às
fortes perdas sofridas pela Bolsa na quinta, quando caiu
3,96%. Na primeira hora de
pregão, o Ibovespa chegou a
marcar queda de 2,56%, batendo em 50.091 pontos -fechou a
51.939 pontos. A Bovespa encerra a semana com perda acumulada de 18,7% em 2008.
Os números do mercado de
trabalho americano, que apontaram elevação na taxa de desemprego do país, dificultaram
um comportamento mais favorável do mercado. Todavia,
com o recuo pesado das Bolsas,
muitas ações ficaram atrativas
e acabaram por chamar os investidores no fim do dia.
O movimento da Bovespa
acompanhou Wall Street. Por
lá, o índice Dow Jones, que reúne as 30 ações americanas mais
líquidas, encerrou em alta de
0,29%, depois de marcar depreciação de 1,35% no pior momento de ontem.
Luiz Roberto Monteiro, assessor de investimentos da corretora Souza Barros, diz que
houve "exagero nas vendas na
abertura das Bolsas" ontem,
com os números ruins do mercado de trabalho dos EUA. "No
fim do dia, houve reação do
mercado em razão do exagero.
Mas nada mudou, o cenário
ainda segue muito complicado", diz Monteiro.
Mesmo com o petróleo em
baixa no exterior, os papéis da
Petrobras fecharam ontem em
alta. O barril de petróleo recuou para US$ 106,23 em Nova
York, após cair 1,54%.
A ação preferencial da Petrobras, a mais negociada do dia,
chegou a recuar 3,75% ontem,
para R$ 30,25. Nesse nível,
atraiu investidores e terminou
o pregão em alta de 1,30%. Na
semana, o papel caiu 8,7%.
Na Europa, palco da nova onda de pessimismo, não houve
tempo para recuperações, e as
Bolsas de Valores voltaram a
ter perdas expressivas. O índice
FTSEurofirst 300, que agrupa
as principais ações européias,
teve queda de 2,24%.
Na Ásia, o último dia da semana também foi negativo. O
índice Nikkei, de Tóquio, perdeu 2,26%. A Bolsa da China
caiu 3,29%.
A queda da Bolsa em Londres
ontem ficou em 2,26%, com as
ações dos bancos sendo destaque de baixa. Em Frankfurt, o
recuo ficou em 2,42%.
As principais Bolsas do mundo terminaram a semana com
queda acumulada. Entre os piores desempenhos apareceram
Londres, que recuou 7,02%, e
Tóquio, cujo principal índice
caiu 6,58% no período.
"O mercado entrou em uma
nova onda de aversão [ao risco],
com o temor reforçado de recessão nas grandes economias.
Aqui a Bolsa vai junto, sofrendo
especialmente com a concentração que o Ibovespa tem em
Petrobras e em siderúrgicas",
diz Álvaro Bandeira, presidente
da Apimec (Associação dos
Profissionais de Investimento
do Mercado de Capitais).
Em dólar, o índice Ibovespa
registrou depreciação de 11,9%
na semana. A queda no mercado acionário brasileiro foi generalizada: apenas 8 dos 66 papéis que formam o Ibovespa
conseguiram escapar de fechar
a semana no vermelho.
As duas ações que mais se
desvalorizaram na semana foram a ON da JBS (-19,45%) e a
ON da Usiminas (-17,96%).
Dólar mais caro
O mercado de câmbio doméstico teve desempenho similar ao acionário: após abrir
bastante pressionado, deu alívio no fim do dia. A moeda americana encerrou cotada a R$
1,72 (baixa de 0,12%). Mas chegou a ser vendida a R$ 1,75 no
começo do dia.
Na semana, o dólar registrou
apreciação de 5,20%. Com isso,
a queda da divisa americana
diante do real no ano passou a
ser de apenas 3,21%.
Além do real, o dólar tem se
apreciado com força diante de
moedas como o euro e a libra.
Em meio à piora da crise, o
Copom vai definir a taxa Selic
na semana que vem. Nos pregões da BM&F, os contratos futuros de juros tiveram alta moderada na semana. No contrato
DI que vence na virada do ano,
um dos mais negociados, a taxa
foi de 13,88% para 13,92%
anuais no período.
O Copom anunciará na próxima semana como fica a Selic,
que está em 13% ao ano. A expectativa predominante é que a
taxa seja elevada em ao menos
0,75 ponto percentual.
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