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Ações da mineradora já subiram 44% desde março; estatal petrolífera acumula perda de 4,5% no ano
Vale dispara na turbulência, Petrobras cai
DA REPORTAGEM LOCAL
Quem investiu parte de seu
FGTS (Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço) nos fundos de
privatização formados com ações
da companhia Vale do Rio Doce
tem motivos para comemorar.
A crise que assola o mercado local não afetou o desempenho dos
papéis da Vale do Rio Doce. Pelo
contrário. A disparada do dólar
melhorou a perspectiva positiva
para os resultados da empresa,
beneficiada por ser exportadora.
Desde que foram formados os
fundos FGTS com ações da Vale,
no fim de março, os ganhos acumulados são de 44,2%. No primeiro semestre do ano, os papéis
ordinários -com direito a voto- subiram 49,4%.
Já quem aplicou recursos do
FGTS nas ações da Petrobras não
tem tido a mesma sorte no ano.
Até o meados de junho, os fundos Petrobras ainda acumulavam
lucro no ano. Mas nos últimos
dias, os papéis ordinários -com
direito a voto, que formam os fundos- da Petrobras não resistiram ao péssimo desempenho da
Bolsa paulista.
Com mais uma desvalorização
registrada pelas ações da empresa
no pregão da última sexta-feira,
os fundos Petrobras entraram no
vermelho: a desvalorização das
ações no ano é de 4,5%.
Prêmio
Ao menos quem teve paciência
tem sido recompensado. O trabalhador que decidiu não mexer na
aplicação que fez nos fundos
FGTS da Petrobras desde que foram formados, em agosto de
2000, está com expressivo ganho
acumulado de 45,5%. Por isso, a
ordem de especialistas em fundos
de investimento é não tocar nas
aplicações nesse momento de forte instabilidade que atinge o mercado local.
Na opinião de analistas de mercado, os papéis da Petrobras podem sofrer um pouco mais nos
próximos meses antes de voltar a
se recuperar. A Petrobras estaria
assustando os investidores por ser
uma empresa estatal. O medo de
seu uso político pelo governo eleito nas próximas eleições tem servido de justificativa para investidores começarem a vender as
ações da empresa.
Especialmente os estrangeiros,
que têm saído em massa da Bolsa
de Valores de São Paulo.
Nem mesmo as denúncias que
apontavam cobrança de propina
na privatização da Vale do Rio
Doce afetaram os papéis da companhia, como temiam alguns investidores.
A Vale do Rio Doce teve o terceiro maior volume exportado no
ano, até maio. Com a contínua escalada do dólar, os lucros -e os
possíveis ganhos das ações- tendem a crescer.
(FV)
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