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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Indústria já dá sinal de desaceleração, diz Iedi
Há hoje uma grande polêmica se a indústria brasileira estaria ou não em processo de desaceleração, após os resultados
divulgados na semana passada
pelo IBGE. A produção industrial subiu 2,4% na comparação
com o mesmo mês do ano passado, mas em abril o crescimento tinha sido de 10% também em relação a 2007.
Muitos economistas argumentaram que, neste ano, maio
teve dois dias úteis a mais do
que em 2007 e esse teria sido
um dos motivos para a desaceleração. O Iedi acha, no entanto, que não foi só isso. A indústria estaria mesmo apresentando sinais de desaceleração.
O Iedi apresenta dois fatores
para justificar essa constatação. Primeiro o fato de os setores de semi e não-duráveis (alimentos, vestuário etc.) terem
apresentado um ligeiro recuo
(de -0,15%) em relação a maio
de 2007. Todos os demais segmentos da indústria apresentaram um resultado positivo.
Para o economista Júlio Sérgio Gomes de Almeida, do Iedi,
essa queda nos setores de semi
e não-duráveis já reflete o efeito corrosivo da inflação sobre a
renda da sociedade, que começa a deixar de consumir bens
imediatos.
O fator câmbio também deve
ter contribuído para esse comportamento negativo dos bens
semi e não-duráveis. O dólar já
se desvalorizou em 10% neste
ano em relação ao real, o que
torna o produto estrangeiro
bem mais atrativo.
"O baixo dinamismo do segmento de bens de consumo semi e não-duráveis é preocupante, dado que esse setor é um
grande contratante de mão-de-obra e responde pela oferta de
produtos que compõem a cesta
básica da população", diz o Iedi.
Outro fator que reforça a tese
do Iedi de que a indústria está
em desaceleração foi o desempenho da área de bens de capital. O setor registrou um acréscimo de 5,8% em maio em relação ao mesmo mês de 2007,
mas esse crescimento interrompe uma longa seqüência de
taxas de dois dígitos.
Segundo Júlio Sérgio Gomes
de Almeida, apesar dessa desaceleração do setor de bens de
capital, ainda é cedo para se
concluir que esse desempenho
do segmento já reflita uma disposição menor de investir por
parte dos empresários.
PAPÉIS
A Logos Química, empresa que opera como fornecedora de produtos químicos
na América do Sul para as
áreas de papel e celulose,
tintas e vernizes, plásticos,
adesivos e outros segmentos, foi negociada para o
grupo Hercules USA. A
transação de venda foi realizada por meio da Ricardo
Lei Consultoria Empresarial.
REFLEXÕES
O advogado Sérgio Guerra, professor da FGV Direito-Rio, lança, na quarta-feira, no Rio, o livro "Discricionariedade e Reflexividade:
Uma nova teoria sobre as escolhas administrativas"
(Editora Fórum). A idéia é
contribuir com a teorização
de uma nova fórmula jurídica, a reflexividade, para reduzir atos arbitrários e ineficientes de administradores
públicos.
DOWNLOAD
Luiz Gonsales, diretor da empresa de jogos RealGames no Brasil; a companhia, que registrou expansão de 300% no volume de anúncios em 2007, prevê crescer 150% neste ano, aproveitando o aquecimento do setor de games, que já faz girar uma indústria que movimenta no país anualmente US$ 250 milhões; uma das maneiras de veicular anúncios é inserir a marca no game e apresentá-la enquanto os jogos são baixados no computador; segundo a empresa, estima-se que cada usuário jogue entre 15 minutos e cinco horas por mês.
MAIS ESPAÇO
O grupo Bazzar, na expansão da marca Bazzar Especialidades, pretende agora
atingir pontos fora do eixo
Rio-São Paulo. André Paraízo, sócio da empresa, fechou
distribuição em Minas Gerais, Alagoas, Mato Grosso
do Sul, Santa Catarina e Paraná. Atualmente são vendidas 7.500 unidades para 54
pontos-de-venda no Rio e
em São Paulo.
DAS ARÁBIAS
O grupo Baden Baden
Hotéis, formado por investidores árabes, se
prepara para fazer um
investimento de cerca
de R$ 90 milhões para
a construção do resort
Termas do Tabuleiro,
em Santo Amaro da
Imperatriz, em Santa
Catarina. O espaço será
composto por 70 casas
de alto padrão, 200
apartamentos e spa.
Bassam George Necola
Hanna, sócio do complexo e cônsul honorário de Marrocos, afirma
que existe interesse de
outros investidores
árabes em aplicar no
Brasil. "Com o preço alto do barril de petróleo,
os árabes estão procurando lugares para investir", diz ele. De acordo com Hanna, no mês
de março, um comitê
de empresários da região vai desembarcar
no país para identificar
e avaliar novas oportunidades.
Com JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI
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