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Sarkozy sugere a entrada de países emergentes no grupo
DO ENVIADO A HOKKAIDO
Mal chegou ao Japão para a
cúpula do G8, o presidente
francês, Nicolas Sarkozy, duvidou da relevância desse conglomerado formado por Estados
Unidos, Japão, Alemanha,
França, Reino Unido, Itália,
Canadá e Rússia.
"Não é razoável continuar
reunindo apenas os oito para
solucionar os grandes assunto
do mundo, esquecendo a China, com 1,3 bilhão de pessoas, e
sem convidar a Índia, com 1,1
bilhão de habitantes, ou sem
ter nenhum país árabe, africano ou da América Latina."
"O mundo atual é multipolar", diz Sarkozy. Embora não
tenha especificado quais países
latino-americano deveriam ser
incorporados ao clube dos
grandes do mundo, é lógico deduzir que Sarkozy está falando
do Brasil e do México, ambos
membros do G5, que faz a sua
própria cúpula em Hokkaido
amanhã e, no dia seguinte, se
reúne com o G8. Além do Brasil
e do México, estão no G5 a África do Sul, a China e a Índia.
A constatação do presidente
francês, embora faça sentido,
não deverá ser levada adiante
na cúpula deste ano. E já era até
esperada pelo governo japonês,
que se opõe à incorporação do
G5 ao G8 para não dar reconhecimento ao novo peso da China,
rival regional dos anfitriões.
O argumento que a Folha
ouviu no Ministério das Relações Exteriores do Japão é o de
que o G8 é acima de tudo um
clube de democracias, e a China está longe de ser uma delas.
O argumento empalidece ante
o fato de que a Rússia tampouco tem um teor elevado de democracia, embora as suas eleições tenham recebido seguidamente o aval de seus pares no
G8.
(CR)
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