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Saída de dólares é a maior desde dezembro de 2006
Diferença entre remessas e entradas de capital ficou negativa em US$ 2,5 bi em julho
Entre os motivos, estão a alta das importações, a saída de investidores estrangeiros da Bolsa e o envio de lucros e
dividendos de multinacionais
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A saída de dólares do Brasil
se intensificou no mês passado
e chegou a US$ 2,494 bilhões,
de acordo com dados do Banco
Central. O número se refere à
diferença entre as remessas e
os ingressos de capital externo
registrados no país ao longo de
julho. Foi o pior resultado registrado pelo BC desde dezembro de 2006.
Em junho, o saldo já havia ficado negativo em US$ 877 milhões. Ainda assim, o fluxo acumulado nos primeiros sete meses do ano se manteve positivo
em US$ 12,440 bilhões.
As principais explicações para esses números negativos estão na saída de investidores estrangeiros da Bolsa de Valores,
no crescimento das importações e no aumento nas remessas de lucros e dividendos feitas
por multinacionais instaladas
no país. Somente as remessas
de lucros somaram mais de
US$ 20 bilhões entre janeiro e
julho, segundo o BC.
Ainda assim, analistas do
mercado financeiro dizem não
acreditar que esse resultado se
repita por muito tempo. Para
Dagoberto Proença Marques,
da corretora Socopa, ainda não
se notam sinais de que o fluxo
negativo das últimas semanas
seja de fato uma tendência a ser
mantida nos próximos meses.
A saída dos investidores do
mercado de ações, por exemplo, pode ser mais forte porque
muitos aproveitam o momento
para embolsar os ganhos acumulados em meses de alta da
Bovespa. Já as remessas de lucros são impulsionadas pela
própria valorização cambial,
que faz com que um mesmo volume de reais consiga comprar
uma quantidade maior de dólares. "O Brasil continua razoavelmente bem e deve continuar
a atrair investidores", afirma
Marques.
Commodities
Já Eduardo Cotrim, sócio-diretor do Banco Modal, diz que o
futuro da taxa de câmbio não
está tão ligado ao fluxo de capital externo para o Brasil, e sim à
expectativa do mercado em relação ao comportamento das
"commodities" no mercado internacional, já que esses preços
têm forte impacto nas contas
externas e na inflação mundial.
"As perspectivas para o economia brasileira continuam
bastante positivas. Hoje, o que
move o mercado [de câmbio]
são os preços das commodities,
que estavam em forte alta e, nos
últimos dias, deram sinais de
queda", afirma.
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