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ALIMENTOS
Nestlé prevê ritmo menor do consumo no 2º semestre
CRISTIANE BARBIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
As vendas pujantes do primeiro semestre dificilmente
devem se repetir a partir de
agora. Essa é a opinião de
Ivan Zurita, presidente da
Nestlé, que projeta crescimento menor nas vendas nos
próximos meses.
"Como outros segmentos
industriais, crescemos bem
no primeiro semestre, em
torno de 7%", diz Zurita.
"Mas não projetamos o mesmo percentual para o ano
porque o segundo semestre
pode ser mais difícil."
Isso porque, segundo Zurita, a inflação dos alimentos e
o aperto monetário, com o
aumento da taxa básica de
juros, reduzem o poder aquisitivo da população.
"Com o aumento muito
elevado e de longo prazo nas
commodities, o preço acaba
sendo afetado na ponta", diz
ele. "Num país com alta sensibilidade salarial, o consumo é afetado."
Paulo Francini, diretor do
Departamento de Economia
da Fiesp, afirma que os fabricantes de alimentos foram os
mais afetados em toda a indústria pela redução do poder de compra do consumidor. No último INA (Indicador do Nível de Atividade),
divulgado pela Fiesp em junho, a atividade na área de
alimentos foi reduzida em
4,8% em relação ao mesmo
mês de 2007. O setor encolheu 2,8% em 2008 e 2,2%
nos últimos 12 meses.
Mesmo assim, a Nestlé
mantém o plano, anunciado
em 2007, de dobrar de tamanho em cinco anos e atingir
R$ 22 bilhões de receita em
2012. "O ideal seria crescer
entre 8% e 10% neste ano,
que é nosso objetivo", afirma
Zurita. "De todo modo, devemos crescer o dobro do PIB e
buscar a diferença até 2012."
Para crescer acima da média do mercado, ele afirma
que a empresa quase não tem
repassado os aumentos em
matérias-primas como leite,
cacau, açúcar e folha de flandres. "Estamos atentos ao
que se passa no mercado",
diz Zurita. "Temos sido bastante frios e tomado posições
no limite para não afetar o
consumo na ponta. Reduzimos margens e ganhamos
eficiência, mas uma hora é
preciso repassar aumentos."
Com quase 40% de seu
crescimento calcado em lançamentos, a Nestlé anunciou
ontem uma parceria com Lucilia Diniz. A empresária
continuará dona da marca
Good Light, que passa a ser
produzida, distribuída e gerenciada pela Nestlé.
Os primeiros lançamentos
são sopas, caldos e pastas da
linha Maggi. A Nestlé espera
faturar de R$ 5 milhões a R$
6 milhões em um ano com a
linha e duplicar a receita a
cada quatro anos.
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