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Indústria de São Paulo avança 9,8% no semestre
Resultado foi um dos principais motores do crescimento de 6,3% do setor no país
Segundo o IBGE, todas as
14 regiões pesquisadas aumentaram a produção; Espírito Santo, Paraná e Goiás passaram de 11%
DENISE MENCHEN
DA SUCURSAL DO RIO
Responsável por cerca de
40% da produção nacional, a
indústria paulista expandiu sua
atividade em 9,8% no primeiro
semestre do ano. Apesar de inferior ao verificado em outras
regiões, o resultado foi um dos
principais motores do crescimento no país, que ficou em
6,3% no período, o maior desde
o primeiro semestre de 2004.
Com isso, tanto a produção
industrial paulista como a nacional atingiram novo recorde
histórico, segundo o IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
"São Paulo tem um peso muito grande para a indústria e
apresentou crescimento em 17
dos 20 segmentos analisados",
explica a coordenadora da pesquisa mensal da indústria do
instituto, Isabella Nunes. O estudo mostra que, em todas as
comparações, o desempenho
paulista supera a média nacional. Em relação a maio, o crescimento de junho foi de 2,8%;
em relação a junho de 2007, de
10,3%. No acumulado dos últimos 12 meses, chega a 8,9%. As
médias nacionais são de 2,7%,
6,6% e 6,7%, respectivamente.
O crescimento, porém, não
ficou restrito a São Paulo. No
primeiro semestre do ano, todas as 14 regiões pesquisadas
pelo IBGE tiveram aumento de
produção. Alguns Estados chegaram a registrar taxas de dois
dígitos: Espírito Santo (16,1%),
Paraná (11,3%) e Goiás (11,1%).
Abaixo de São Paulo, mas
ainda acima da média nacional,
ficaram Pernambuco (7,9%),
Amazonas (7,5%) e Minas Gerais (6,6%). Os piores desempenhos foram os de Santa Catarina (1,3%), do Rio de Janeiro
(2,3%) e do Ceará (2,6%).
Para Nunes, o resultado evidencia a manutenção de um padrão de crescimento calcado
nos setores produtores de bens
de capital, de bens de consumo
duráveis e de commodities para exportação. "Há um cenário
mais favorável para esses segmentos, que vêm liderando o
crescimento já há algum tempo." Segundo a economista, o
mercado interno aquecido, o
crédito farto, a inflação ainda
restrita a produtos alimentícios, as taxas de juros em patamar historicamente baixo e a
demanda internacional crescente beneficiam a indústria.
Em São Paulo, os segmentos
que tiveram maior expansão no
semestre foram os de veículos
automotores (18,3%), material
eletrônico e equipamentos de
comunicações (25,1%), máquinas e equipamentos (10,9%),
máquinas, aparelhos e materiais elétricos (25%) e outros
produtos químicos (13,3%). A
performance positiva desses
segmentos deve-se principalmente ao avanço na produção
de automóveis, telefones celulares, aparelhos transportadores de mercadorias, transformadores e inseticidas.
Agroindústria
A pesquisa do IBGE revelou
também crescimento de 4,2%
na agroindústria no primeiro
semestre de 2008, um pouco
abaixo dos 4,8% verificados no
mesmo período de 2007.
O economista do IBGE Fernando Abritta atribuiu o "bom
desempenho" ao mercado interno aquecido, à maior demanda externa, à expectativa
de safra recorde e à capitalização dos produtores rurais, que,
com a boa performance de
2007, puderam saldar dívidas e
investir em produtividade.
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