São Paulo, quinta-feira, 07 de agosto de 2008

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Indústria de São Paulo avança 9,8% no semestre

Resultado foi um dos principais motores do crescimento de 6,3% do setor no país

Segundo o IBGE, todas as 14 regiões pesquisadas aumentaram a produção; Espírito Santo, Paraná e Goiás passaram de 11%

DENISE MENCHEN
DA SUCURSAL DO RIO

Responsável por cerca de 40% da produção nacional, a indústria paulista expandiu sua atividade em 9,8% no primeiro semestre do ano. Apesar de inferior ao verificado em outras regiões, o resultado foi um dos principais motores do crescimento no país, que ficou em 6,3% no período, o maior desde o primeiro semestre de 2004.
Com isso, tanto a produção industrial paulista como a nacional atingiram novo recorde histórico, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
"São Paulo tem um peso muito grande para a indústria e apresentou crescimento em 17 dos 20 segmentos analisados", explica a coordenadora da pesquisa mensal da indústria do instituto, Isabella Nunes. O estudo mostra que, em todas as comparações, o desempenho paulista supera a média nacional. Em relação a maio, o crescimento de junho foi de 2,8%; em relação a junho de 2007, de 10,3%. No acumulado dos últimos 12 meses, chega a 8,9%. As médias nacionais são de 2,7%, 6,6% e 6,7%, respectivamente.
O crescimento, porém, não ficou restrito a São Paulo. No primeiro semestre do ano, todas as 14 regiões pesquisadas pelo IBGE tiveram aumento de produção. Alguns Estados chegaram a registrar taxas de dois dígitos: Espírito Santo (16,1%), Paraná (11,3%) e Goiás (11,1%).
Abaixo de São Paulo, mas ainda acima da média nacional, ficaram Pernambuco (7,9%), Amazonas (7,5%) e Minas Gerais (6,6%). Os piores desempenhos foram os de Santa Catarina (1,3%), do Rio de Janeiro (2,3%) e do Ceará (2,6%).
Para Nunes, o resultado evidencia a manutenção de um padrão de crescimento calcado nos setores produtores de bens de capital, de bens de consumo duráveis e de commodities para exportação. "Há um cenário mais favorável para esses segmentos, que vêm liderando o crescimento já há algum tempo." Segundo a economista, o mercado interno aquecido, o crédito farto, a inflação ainda restrita a produtos alimentícios, as taxas de juros em patamar historicamente baixo e a demanda internacional crescente beneficiam a indústria.
Em São Paulo, os segmentos que tiveram maior expansão no semestre foram os de veículos automotores (18,3%), material eletrônico e equipamentos de comunicações (25,1%), máquinas e equipamentos (10,9%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (25%) e outros produtos químicos (13,3%). A performance positiva desses segmentos deve-se principalmente ao avanço na produção de automóveis, telefones celulares, aparelhos transportadores de mercadorias, transformadores e inseticidas.

Agroindústria
A pesquisa do IBGE revelou também crescimento de 4,2% na agroindústria no primeiro semestre de 2008, um pouco abaixo dos 4,8% verificados no mesmo período de 2007.
O economista do IBGE Fernando Abritta atribuiu o "bom desempenho" ao mercado interno aquecido, à maior demanda externa, à expectativa de safra recorde e à capitalização dos produtores rurais, que, com a boa performance de 2007, puderam saldar dívidas e investir em produtividade.


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