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Ação de cobrança impediu venda
DA AGÊNCIA FOLHA , EM CHAPECÓ
O presidente da Chapecó, Celso
Schmitz, disse que está "numa
missão em um vôo sem retorno".
Referia-se à busca de acordo com
credores e fornecedores, e a concretização da venda para a Dreyfus, ou a falência.
Segundo ele, a transferência da
Chapecó para o grupo francês só
não foi consumada em 31 de agosto devido a uma ação do banco
Real ABN-Amro, credor de 5%
dos R$ 900 milhões que a Chapecó deve aos bancos. Os R$ 100 milhões que completam a conta são
dívidas com fornecedores e com
funcionários.
O Real pediu o sequestro da
produção na Justiça e, sem saída,
os gestores decidiram paralisar os
frigoríficos. A proposta de acordo
levada à mesa de negociação com
as instituições financeiras prevê
garantia de recebimento imediato
de apenas 3,2% do crédito.
Eles ainda têm a perspectiva de
receber parte dos créditos tributários não descontados pela Chapecó. No fechamento das contas, a
possibilidade de recebimento do
que cobram os bancos chega a
cerca de 14% do total.
O Banco Mundial, com R$ 103
milhões a receber, é o segundo
maior credor da Chapecó. O Banco do Brasil é o terceiro, com R$
37 milhões. O grupo deve a 21 instituições financeiras e a 2.500 fornecedores e parceiros. Segundo
Schmitz, as negociações com os
bancos estão focadas na idéia de
que "é melhor perder 80% do crédito do que os 100%" na falência.
Fornecedores e parceiros com
créditos até R$ 100 mil têm a garantia de que receberão metade
do valor a que têm direito. As indenizações de funcionários também terão prioridade.
"Falência branca"
O reflexo do desemprego nas cidades da área de influência da
Chapecó estaria adiado para outubro, quando acaba o período de
cinco meses de recebimento do
seguro-desemprego.
Com pouco mais de 20 mil habitantes, Xaxim -a 20 km de Chapecó- é a cidade que mais sofre
com a crise. O abatedouro de
frango hoje desativado respondia
por 65% da arrecadação local.
"Ainda estamos vivos graças ao
apoio político existente", diz
Schmitz, classificando a situação
de "falência branca" e deixando
transparecer a expectativa de que,
por razões sociais, o governo do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai tomar o caminho político, e
não o econômico.
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