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Construtoras e indústria de eletrodomésticos fazem parcerias
Empresas buscam repetir modelo americano, em que residências vêm mobiliadas
CRISTIANE BARBIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
Construtoras e fabricantes
de eletrodomésticos começam
a fazer parcerias para tentarem
repetir no Brasil o modelo de
venda de imóveis comum nos
EUA, em que as residências já
vêm mobiliadas. O primeiro
acordo nessa linha foi feito entre Whirlpool, dona das marcas
Consul e Brastemp, e Cytec+,
construtora de empreendimentos populares da Cyrela.
O acordo está sendo testado
no Líber Condomínio Resort,
em Ribeirão Preto (SP). Cada
um dos compradores dos 500
apartamentos terá três opções
na escolha dos eletrodomésticos. Poderão optar entre levar o
imóvel com geladeira e fogão,
com lavadora e aspirador de pó
ou com climatizador, condicionador e ventilador de teto.
Os aparelhos são da marca
Consul, têm modelos e cores
definidos e serão entregues na
conclusão da obra, em 18 meses. O valor médio de cada kit
de produtos é de R$ 1.500.
"Fizemos um amplo trabalho
de pesquisa nos estandes e descobrimos que o consumidor se
dispõe a pagar um pouco mais
por diferenciais que considera
valiosos", diz Ana Pessoa, gerente de marketing da Cytec+.
No caso da parceria, o consumidor não pagará, mas levará
de brinde os eletrodomésticos.
Boa parte do investimento em
marketing do empreendimento foi usada na compra dos produtos. O investimento da construtora superou R$ 1 milhão.
"Esse tipo de parceria tende a
crescer no Brasil", diz Eduardo
Macedo, diretor da consultoria
Gouvêa de Souza. "O acordo
permite à construtora oferecer
um diferencial em seu produto,
e à Whirlpool, abrir um novo
canal de distribuição."
A fabricante encara a parceria como uma espécie de teste
de mercado. "Apesar de o conceito ser forte em outros países,
o Brasil tem particularidades
distintas em termos de legislação e financiamento", afirma
Fernanda Azevedo, gerente-geral de vendas da Whirlpool
Nos EUA, onde mais de 40%
dos novos imóveis vendidos são
mobiliados, o consumidor faz o
financiamento da residência e
dos móveis no mesmo contrato. Além de tal modalidade não
existir no Brasil, a prática poderia ser qualificada como venda
casada, que é proibida por lei.
"Com o crescimento forte da
construção civil, estamos começando a nos aproximar desse canal de vendas, que se torna
cada vez mais interessante", diz
Azevedo. Segundo ela, a empresa não tem ainda perspectivas
se a modalidade poderá se tornar relevante em suas vendas.
"Como todas as concorrentes
têm lançamentos em Ribeirão,
buscamos oferecer diferenciais", afirma Yorki Estefane,
diretor da Cytec+. A construtora fez ainda parcerias com a Telefônica, para fornecimento de
TV paga, telefonia e internet,
gratuito por três meses. Em
troca do acesso aos consumidores, a Telefônica ajudou nos investimentos em marketing.
Já a Mabe (dona das marcas
Dako, GE e Mabe) fez parcerias
com diversas construtoras para
colocar promotores nos estandes de vendas dos imóveis. "Se
80% dos apartamentos comprarem os eletrodomésticos
conosco, mobiliaremos o salão
de festas, por exemplo", diz Otto Greinacher, gerente de novos canais da Mabe.
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