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Metalúrgicos do ABC aceitam reajuste
Aumento real de salário nas montadoras será de 3,6%
DA REPORTAGEM LOCAL
Os metalúrgicos do ABC
aceitaram ontem a proposta
das montadoras. Juntos, eles
representam metade dos 105
mil metalúrgicos da região. O
reajuste será de 3,6% acima do
INPC de 7,15% acumulado nos
últimos 12 meses até agosto.
Eles também terão abono de
R$ 1.450 e o piso passa para R$
1.250 -aumento de 12,6%. Salários acima de R$ 7.500 serão
corrigidos apenas pelo INPC,
com acréscimo de R$ 289,30.
"É o maior índice de correção
do país", diz Sérgio Nobre, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, um dos responsáveis pela negociação. "As
mobilizações em algumas fábricas e a ameaça de greve geral
ajudaram a fechar o acordo."
Entre 2002 e 2007, o aumento real nas montadoras foi de
16,49%. O recorde ocorreu em
2004, quando a correção foi de
4,4% acima da inflação.
Durante a votação da proposta, ontem, diante da sede do
sindicato, em São Bernardo do
Campo, Nobre disse que um
dos argumentos usados pelos
sindicalistas em favor do reajuste de 3,6% foram os recordes
de venda das montadoras.
"Boa parte desse desempenho aconteceu por causa dos
ganhos salariais dos trabalhadores nos últimos anos," disse
Nobre. "Foi por isso, e também
por causa dos financiamentos,
que o trabalhador virou cliente
das próprias montadoras."
Segundo a Anfavea -a associação das montadoras-, em
julho foram fabricados 320 mil
veículos, uma alta de 32,6%, e
288 mil foram vendidos no
mercado interno, que registrou
crescimento de 12,6%.
O reajuste nas montadoras
agora servirá de base para as
demais categorias, que continuam em estado de greve.
Amanhã, às 11h, o setor de
autopeças, que representa 30%
dos metalúrgicos da região,
aguarda a proposta das empresas. Pode haver greve, caso elas
não apresentem uma oferta de
reajuste salarial real de, pelo
menos, 2,5%.
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