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Número é superior ao total de desempregados em dezembro
Carnaval gera 185 mil vagas na BA
LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
Durante o Carnaval, segundo a
Emtursa (Empresa de Turismo de
Salvador), serão criados 185 mil
empregos diretos na região metropolitana de Salvador, reunindo
artistas, pessoal operacional, técnicos de som e luz, seguranças, faxineiros, motoristas, cordeiros,
decoradores e funcionários contratados por hotéis, pousadas e
restaurantes, entre outros.
A última pesquisa do IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística) revelou que 15,7%
da população economicamente
ativa da região estava desocupada
em dezembro de 2003 -143.672
pessoas. Ou seja: o total de vagas
geradas suplanta o de desempregados.
"O Carnaval é uma indústria de
geração de emprego e renda muito importante", disse o prefeito de
Salvador, Antonio Imbassahy
(PFL). De acordo com a presidente da Emtursa, Eliana Dumêt, pelo
menos 75% das vagas oferecidas
para o Carnaval não têm registro
em carteira, o que mantém as pessoas no mercado informal. "O importante é que estamos dando
oportunidade de emprego para
quem estava sem esperança."
É o caso do carpinteiro Idelfonso de Souza Ribeiro, 44, desempregado há seis anos. Ribeiro foi
contratado temporariamente por
uma empresa que monta camarotes e arquibancadas. "Estou ganhando R$ 35 por dia, o que alivia
um pouco a minha situação financeira", disse o carpinteiro, casado e com três filhos.
Por muito menos -R$ 10 por
dia-, o ajudante de montador
Gilmar de Santana Oliveira, 31,
também encontrou no Carnaval o
seu emprego temporário. "O importante é que estou recebendo
alguma coisa para comprar alimentos para o meu filho."
Mesmo quem não está envolvido na folia lucra. "Proprietários
de apartamentos e salas comerciais instalados no corredor da folia também ganham muito dinheiro com a festa", disse o presidente da Associação de Blocos de
Trios, Fernando Bulhosa.
O presidente da Abav-BA (Associação Brasileira das Agências
de Viagens), Domício Brito, diz
que as contratações temporárias
relacionadas ao turismo crescem
15% às vésperas do Carnaval.
"Oferecemos mais vagas para
guias, motoristas e pessoas que
trabalham com receptivo."
Eliana Dumêt mostra, com números, a importância do Carnaval
de Salvador para reduzir o desemprego: "Só como exemplo, os
trios elétricos vão contratar 80 mil
cordeiros". Os cordeiros, que recebem em média R$ 20 por oito
horas diárias, seguram cordas para impedir a entrada de foliões
sem abadás (fantasias) nos trios.
"Para quem está desempregado
como eu, o pouco vale muito",
disse Josenilton Santana, 23.
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