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NEGOCIAÇÕES
UE avalia fazer proposta para reduzir subsídio
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As negociações entre o Mercosul e a União Européia para a criação de uma área de livre comércio
podem desemperrar na semana
que vem. Tudo dependerá do resultado de uma reunião do Conselho de Ministros da UE, marcada para o começo da próxima semana e que pretende modificar a
política de subsídios agrícolas da
região.
O cerne da proposta de reforma
é desvincular os subsídios agrícolas da produção. O agricultor passaria a receber uma renda fixa para cuidar de sua propriedade, em
vez de ser pago de acordo com o
volume de sua colheita.
"As decisões dos ministros europeus podem abrir uma porta
para as negociações com o Mercosul", afirma o chefe da missão
brasileira em Bruxelas, embaixador José Alfredo Graça Lima.
A nova modalidade de subsídio,
embora não reduza o total de dinheiro disponível para apoiar a
agricultura, diminuiria substancialmente as distorções de preços
no mercado mundial provocadas
pela política agrícola européia, explica Lino Colsera, economista do
Ministério da Agricultura.
A União Européia tem autorização da OMC (Organização Mundial do Comércio) para gastar por
ano 69,5 bilhões em subsídios
agrícolas.
Não é apenas o Brasil que observará ansioso o resultado do encontro entre os ministros europeus. Em sua passagem nesta semana por Brasília, o subsecretário
para Assuntos Agropecuários e
Agrícolas Internacionais dos
EUA, J. B. Penn, afirmou que
"agora é o momento, e os Estados
Unidos esperam ansiosos o resultado das deliberações dos 15 países-membros da União Européia".
Também na OMC
A depender do resultado, as negociações agrícolas na OMC também seriam facilitadas, desemperrando o resto da agenda.
A atual rodada de negociação,
de Doha, travou devido à dificuldade dos países em desenvolvimento de conseguirem concessões significativas dos países ricos
na área agrícola.
Os Estados Unidos, por exemplo, argumentam que não podem
fazer concessões mais amplas devido à intransigência da UE em
manter os subsídios hoje oferecidos a seus agricultores.
A proposta de reforma foi elaborada pelo comissário europeu
para Agricultura, Franz Fischler.
O país mais relutante em fazer
modificações nos subsídios é a
França. Antes de comemorar os
resultados, o Brasil precisa analisar qual foi a intensidade das mudanças nos subsídios e se a reforma atinge os produtos de interesse do Brasil.
(ANDRÉ SOLIANI)
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