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Fundo investirá em estrangeiras, diz presidente
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Após meses de debates e
incertezas sobre o Fundo Soberano do Brasil, o presidente Lula anunciou que empresas de outros países também
receberão investimentos do
fundo via BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Lula fez o anúncio em entrevista ao jornal argentino
"Clarin", publicada ontem.
"Com este fundo [soberano],
poderemos ter uma parte do
dinheiro direcionada pelo
BNDES para que ele possa
realizar empréstimos inclusive a empresas estrangeiras", afirmou o presidente,
ao ser questionado.
Durante todo o debate sobre a criação do fundo, o ministro da Fazenda, Guido
Mantega, insistiu em que o
objetivo dele seria bancar
operações de empresas brasileiras no exterior.
A publicação da entrevista
de Lula coincide com a visita
oficial da presidente Cristina
Kirchner ao Brasil, iniciada
no sábado. Hoje, ela e Lula
anunciam o início do comércio entre os dois países em
moeda local.
Os investimentos do Fundo Soberano do Brasil em
companhias estrangeiras
servirão para financiar novas
fábricas e sociedades entre
empresas, disse o presidente.
De acordo com Lula, o fundo
transformará o BNDES em
uma "agência de financiamento para além do Brasil".
A entrevista não traz detalhes sobre como o banco
aplicaria em companhias de
outros países, uma hipótese
vedada pelas regras em vigor.
O projeto de lei que cria o
fundo, enviado ao Congresso
neste ano, não menciona o
assunto, mas deixa brechas
para que o governo inclua o
investimento em empresas
estrangeiras por meio de um
decreto presidencial. Lula
disse ao "Clarín" que espera
a aprovação do fundo pelo
Legislativo até dezembro.
Na entrevista ao periódico
argentino, Lula também afirmou que o Banco do Sul "já é
uma realidade". O debate entre Brasil, Argentina e Venezuela hoje se volta sobre o valor com que cada país contribuirá para o capital da instituição e a escolha da diretoria do banco.
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