|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Dólar tem maior valor em relação ao euro em 5 meses
Temor com economia européia anima moeda americana
DO "FINANCIAL TIMES"
O dólar voltou a subir nesta
semana, atingindo sua mais alta cotação diante do euro em
cinco meses e chegando à sua
melhor marca diante da libra
em 20 meses, em meio a uma
crescente convicção de que os
efeitos da crise de crédito estão
se espalhando pelo mundo.
Ontem, o dólar registrou seu
melhor desempenho diário
diante do euro em oito anos. Ao
longo da semana, a moeda norte-americana subiu 3,2%, para
US$ 1,5055, na comparação
com o euro, a sua marca mais
forte desde fevereiro.
Os operadores dizem que a
baixa liquidez de agosto e as potenciais liquidações de emergência de apostas em longo prazo contra o dólar significavam
que os riscos de movimentação
considerável nos próximos dias
eram bastante elevados.
O dólar demonstrou reação
limitada à decisão do Fed (o BC
dos EUA), na terça, de manter o
juro em 2% ao ano. Em lugar
disso, foram os comentários de
Jean-Claude Trichet, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), anteontem, que serviram como catalisador da mudança. O BCE, como se esperava, manteve inalterada a sua taxa de juros de referência, em
4,25%. Mas Trichet alertou de
que a economia da zona do euro
enfraquecerá consideravelmente nos próximos meses.
Os analistas dizem que a escala do sentimento positivo
com relação ao dólar era sublinhada pelo fato de que os investidores simplesmente prefeririam ignorar a retórica dura
que Trichet empregou quanto à
inflação e às suas tentativas de
desconsiderar a atual fraqueza
da economia na zona do euro,
com a alegação de que ela se recuperará antes do final do ano.
"Os membros do mercado
simplesmente não acreditaram
na sinopse, e o euro despencou", afirmou Derek Halpenny,
do Bank of Tokyo-Mitsubishi.
"O ímpeto atual encorajará pelo menos um teste de curto prazo quanto ao piso de US$ 1,50
para a cotação euro/dólar."
O euro também perdeu 0,5%
diante da libra (está cotado a
0,7843 libra), depois que o Banco da Inglaterra (o BC britânico), paralisado pelos crescentes
sinais de uma desaceleração
acompanhada por alta de inflação no Reino Unido, manteve
inalterada sua taxa de juros, em
5%, também nesta semana.
Mas a libra caiu à sua mais
baixa cotação diante do dólar
desde novembro de 2006. A
queda da libra a levou a uma cotação de US$ 1,9189, com perda
de 2,9% na semana, dada a persistência de indicadores econômicos fracos que sinalizam que
o Reino Unido se encaminha
para uma recessão.
O dólar também avançou em
outros mercados, refletindo a
virada positiva de sentimentos
em relação à moeda norte-americana. Ele subiu em 3%
diante do franco suíço na semana. Em relação ao dólar canadense, a alta foi de 3,7%. Na
comparação com a moeda japonesa, o dólar se valorizou em
2,2%, para 110,16 ienes, a sua
maior cotação em sete meses.
Analistas disseram que o alívio das expectativas inflacionárias e a queda nos rendimentos
mundiais também favoreceram o iene, que se valorizou em
relação ao euro e à libra.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
Texto Anterior: César Benjamin: Tomara que seja linda Próximo Texto: Moeda volta a R$ 1,60 e mercado discute reversão de tendência Índice
|