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Queda do petróleo anima NY, mas afeta Bolsa de SP
Dow Jones avança 2,65% e Bolsa paulista recua 0,76%, sob influência da Petrobras
Queda das commodities também afeta papéis de siderúrgicas; na semana, Usiminas perde 9,57% e Vale acumula perda de 6%
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Punida pela queda de empresas siderúrgicas e da Petrobras,
a Bovespa não aproveitou o
bom clima do mercado internacional ontem e encerrou o dia
com perdas de 0,76%. Na semana, a queda do índice Ibovespa
ficou acumulada em 1,82%.
A forte queda no barril de petróleo favoreceu a recuperação
do mercado de ações nos EUA.
Se o petróleo recua, elimina focos de pressão inflacionária,
além de estimular o consumo
em uma economia enfraquecida. O índice Dow Jones, que
reúne as 30 ações americanas
de maior liquidez, subiu 2,65%;
a Nasdaq ganhou 2,48%.
Nem o prejuízo trimestral de
US$ 2,3 bilhões da financeira
do setor hipotecário Fannie
Mae esfriou os pregões em Wall
Street -mas as ações da empresa recuaram 9,05%.
Após tombo de 4,02%, o barril de petróleo encerrou negociado em Nova York a US$
115,20, bem distante dos US$
145 que rondava no começo de
julho. Além do petróleo, outras
commodities têm se depreciado no mercado internacional.
Para o índice Ibovespa (o
principal do mercado brasileiro), no qual as ações de empresas ligadas a commodities respondem por cerca de 43% de
sua composição, o atual cenário
se tornou bastante punitivo.
Na semana, entre as mais fortes perdas da Bolsa apareceram
ações de siderúrgicas: as ações
ON (ordinárias) da Usiminas
recuaram 9,57% na semana, seguidas pelas perdas expressivas
de Gerdau PN (-7,72%) e Vale
ON (-6,08%).
As ações da Petrobras, que
voltaram a recuar ontem, encerraram a semana com queda
acumulada de 2,78% (preferenciais) e 3,03% (ordinárias). No
pregão de ontem, caíram 0,91%
(PN) e 0,77% (ON), mesmo
com o anúncio de mais uma
descoberta de petróleo na camada pré-sal da bacia de Santos, na quinta-feira.
"O sobe-e-desce das commodities no exterior, aliado às notícias de desaquecimento de
economias européias e do Japão, vem tirando o sono do
mercado", afirma Marco Antonio Saravalle, analista da corretora Coinvalores.
A fraca semana levou a Bolsa
de Valores de São Paulo a passar a acumular desvalorização
de 11,43% no ano. Aos 56.584
pontos, a Bolsa ronda os menores níveis desde janeiro. Neste
mês, a queda está em 4,91%.
Para a Bolsa entrar em um
processo de recuperação, o retorno do interesse dos estrangeiros é fundamental. Entre junho e julho, houve saída recorde de capital externo da Bolsa
paulista, com o saldo das operações dos estrangeiros ficando
negativo no período em aproximadamente R$ 15 bilhões.
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