São Paulo, sábado, 09 de agosto de 2008

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Queda do petróleo anima NY, mas afeta Bolsa de SP

Dow Jones avança 2,65% e Bolsa paulista recua 0,76%, sob influência da Petrobras

Queda das commodities também afeta papéis de siderúrgicas; na semana, Usiminas perde 9,57% e Vale acumula perda de 6%

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Punida pela queda de empresas siderúrgicas e da Petrobras, a Bovespa não aproveitou o bom clima do mercado internacional ontem e encerrou o dia com perdas de 0,76%. Na semana, a queda do índice Ibovespa ficou acumulada em 1,82%.
A forte queda no barril de petróleo favoreceu a recuperação do mercado de ações nos EUA. Se o petróleo recua, elimina focos de pressão inflacionária, além de estimular o consumo em uma economia enfraquecida. O índice Dow Jones, que reúne as 30 ações americanas de maior liquidez, subiu 2,65%; a Nasdaq ganhou 2,48%.
Nem o prejuízo trimestral de US$ 2,3 bilhões da financeira do setor hipotecário Fannie Mae esfriou os pregões em Wall Street -mas as ações da empresa recuaram 9,05%.
Após tombo de 4,02%, o barril de petróleo encerrou negociado em Nova York a US$ 115,20, bem distante dos US$ 145 que rondava no começo de julho. Além do petróleo, outras commodities têm se depreciado no mercado internacional.
Para o índice Ibovespa (o principal do mercado brasileiro), no qual as ações de empresas ligadas a commodities respondem por cerca de 43% de sua composição, o atual cenário se tornou bastante punitivo.
Na semana, entre as mais fortes perdas da Bolsa apareceram ações de siderúrgicas: as ações ON (ordinárias) da Usiminas recuaram 9,57% na semana, seguidas pelas perdas expressivas de Gerdau PN (-7,72%) e Vale ON (-6,08%).
As ações da Petrobras, que voltaram a recuar ontem, encerraram a semana com queda acumulada de 2,78% (preferenciais) e 3,03% (ordinárias). No pregão de ontem, caíram 0,91% (PN) e 0,77% (ON), mesmo com o anúncio de mais uma descoberta de petróleo na camada pré-sal da bacia de Santos, na quinta-feira.
"O sobe-e-desce das commodities no exterior, aliado às notícias de desaquecimento de economias européias e do Japão, vem tirando o sono do mercado", afirma Marco Antonio Saravalle, analista da corretora Coinvalores.
A fraca semana levou a Bolsa de Valores de São Paulo a passar a acumular desvalorização de 11,43% no ano. Aos 56.584 pontos, a Bolsa ronda os menores níveis desde janeiro. Neste mês, a queda está em 4,91%.
Para a Bolsa entrar em um processo de recuperação, o retorno do interesse dos estrangeiros é fundamental. Entre junho e julho, houve saída recorde de capital externo da Bolsa paulista, com o saldo das operações dos estrangeiros ficando negativo no período em aproximadamente R$ 15 bilhões.


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