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Petrobras compra rede da Esso no Chile por US$ 400 mi
Após ter perdido disputa no Brasil para a Cosan, estatal fecha acordo com a Exxon no exterior
Brasileira vai administrar 230 postos de serviços no país andino; empresa já atua na Argentina, na Colômbia, no Paraguai e no Uruguai
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Derrotada na disputa pela rede de postos da Esso no Brasil, a
Petrobras anunciou ontem a
aquisição dos ativos de distribuição da companhia norte-americana Exxon Mobil no
Chile por US$ 400 milhões. A
estatal brasileira passará a administrar 230 postos de serviços no país andino.
Em abril deste ano, a Exxon
vendeu sua rede no Brasil para
a Cosan, líder do setor sucroalcooleiro, por US$ 954 milhões.
A companhia, estreante na distribuição de combustíveis, desbancou a Petrobras, que negociava havia meses a aquisição e
era tida como a favorita na disputa pela rede Esso.
No Chile, a Esso ocupa a terceira posição no ranking das
maiores distribuidoras, com
participação de mercado de
16% no segmento de vendas ao
consumidor e de 14% no ramo
industrial. O foco principal de
atuação é na região da capital,
Santiago, onde a rede conta
com 80 postos.
Segundo o diretor da Área
Internacional da Petrobras,
Jorge Zelada, a aquisição será
concluída em nove meses, período no qual será feita a transição. Os postos no Chile, diz,
trocarão de bandeira, e todos
terão a marca Petrobras daqui a
dois ou três anos.
Com a rede de postos, a Petrobras levou ainda 22% de
uma empresa de dutos de
transporte de derivados e 33%
de uma companhia de distribuição de combustíveis em aeroportos -uma sociedade com
a britânica Air BP e a chilena
Copec, que tem 52% do mercado total de derivados no país.
Segundo Zelada, as empresas
que eram da Exxon não possuem dívidas. O objetivo da Petrobras é investir US$ 90 milhões nos próximos cinco anos
em suas operações no Chile.
Apesar de dizer que a Petrobras está "atenta às oportunidades", o executivo negou que a
Petrobras negocie atualmente
com a Exxon a compra de sua
rede de postos no Uruguai,
também colocada à venda ao lado dos demais ativos na América do Sul. "Não estamos em negociações no Uruguai."
Zelada disse ainda que a Petrobras não tem interesse em
investir em refino no Chile
-atividade controlada em
100% pela estatal chilena Enap,
uma das principais clientes da
estatal brasileira. Das exportações totais da Petrobras, 10%
são destinados ao Chile.
Atualmente, a Petrobras já
controla postos de combustível
na Argentina (658), na Colômbia (66), no Paraguai (163) e no
Uruguai (89). No Brasil, lidera
com folga o mercado, com 7.109
estações de serviço, número alcançado após a compra de parte da rede da Ipiranga.
Equador
Apesar da declaração do governo equatoriano de que a Petrobras concordou com as novas regras de exploração e produção daquele país e aceitou
ser prestadora de serviço, Zelada disse que a companhia ainda
negocia com o Equador a questão da mudança de contrato.
O executivo disse que a Petrobras "pretende continuar no
Equador", mas que até agora
não teve acesso ao novo contrato de prestação de serviço.
Por esse motivo, diz, não há
ainda uma definição se a companhia brasileira aceitará ou
não o novo modelo -pelo qual
a empresa é remunerada para
administrar os campos, mas
não a propriedade do petróleo
produzido, nem fica responsável por sua comercialização.
Em tese, afirma, a Petrobras
"não tem vocação" para ser
prestadora de serviços, mas,
sim, de ser uma "operadora".
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