São Paulo, sábado, 09 de agosto de 2008

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Petrobras compra rede da Esso no Chile por US$ 400 mi

Após ter perdido disputa no Brasil para a Cosan, estatal fecha acordo com a Exxon no exterior

Brasileira vai administrar 230 postos de serviços no país andino; empresa já atua na Argentina, na Colômbia, no Paraguai e no Uruguai

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Derrotada na disputa pela rede de postos da Esso no Brasil, a Petrobras anunciou ontem a aquisição dos ativos de distribuição da companhia norte-americana Exxon Mobil no Chile por US$ 400 milhões. A estatal brasileira passará a administrar 230 postos de serviços no país andino.
Em abril deste ano, a Exxon vendeu sua rede no Brasil para a Cosan, líder do setor sucroalcooleiro, por US$ 954 milhões. A companhia, estreante na distribuição de combustíveis, desbancou a Petrobras, que negociava havia meses a aquisição e era tida como a favorita na disputa pela rede Esso.
No Chile, a Esso ocupa a terceira posição no ranking das maiores distribuidoras, com participação de mercado de 16% no segmento de vendas ao consumidor e de 14% no ramo industrial. O foco principal de atuação é na região da capital, Santiago, onde a rede conta com 80 postos.
Segundo o diretor da Área Internacional da Petrobras, Jorge Zelada, a aquisição será concluída em nove meses, período no qual será feita a transição. Os postos no Chile, diz, trocarão de bandeira, e todos terão a marca Petrobras daqui a dois ou três anos.
Com a rede de postos, a Petrobras levou ainda 22% de uma empresa de dutos de transporte de derivados e 33% de uma companhia de distribuição de combustíveis em aeroportos -uma sociedade com a britânica Air BP e a chilena Copec, que tem 52% do mercado total de derivados no país.
Segundo Zelada, as empresas que eram da Exxon não possuem dívidas. O objetivo da Petrobras é investir US$ 90 milhões nos próximos cinco anos em suas operações no Chile.
Apesar de dizer que a Petrobras está "atenta às oportunidades", o executivo negou que a Petrobras negocie atualmente com a Exxon a compra de sua rede de postos no Uruguai, também colocada à venda ao lado dos demais ativos na América do Sul. "Não estamos em negociações no Uruguai."
Zelada disse ainda que a Petrobras não tem interesse em investir em refino no Chile -atividade controlada em 100% pela estatal chilena Enap, uma das principais clientes da estatal brasileira. Das exportações totais da Petrobras, 10% são destinados ao Chile.
Atualmente, a Petrobras já controla postos de combustível na Argentina (658), na Colômbia (66), no Paraguai (163) e no Uruguai (89). No Brasil, lidera com folga o mercado, com 7.109 estações de serviço, número alcançado após a compra de parte da rede da Ipiranga.

Equador
Apesar da declaração do governo equatoriano de que a Petrobras concordou com as novas regras de exploração e produção daquele país e aceitou ser prestadora de serviço, Zelada disse que a companhia ainda negocia com o Equador a questão da mudança de contrato.
O executivo disse que a Petrobras "pretende continuar no Equador", mas que até agora não teve acesso ao novo contrato de prestação de serviço.
Por esse motivo, diz, não há ainda uma definição se a companhia brasileira aceitará ou não o novo modelo -pelo qual a empresa é remunerada para administrar os campos, mas não a propriedade do petróleo produzido, nem fica responsável por sua comercialização. Em tese, afirma, a Petrobras "não tem vocação" para ser prestadora de serviços, mas, sim, de ser uma "operadora".


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