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Ministério da Fazenda e agência divergem sobre banda larga
DA SUCURSAL DO RIO
A Seae (Secretaria de Acompanhamento Econômico), do
Ministério da Fazenda, se opôs
à proposta da Agência Nacional
de Telecomunicações (Anatel)
de que as teles devam separar
redes de banda larga e telefonia
fixa em empresas distintas.
Na consulta pública para a
mudança do Plano Geral de
Outorgas, encerrada ontem, a
Seae pediu a supressão integral
do artigo que diz que as concessionárias podem apenas oferecer o serviço de telefonia fixa
local, que é o objeto de seus
contratos de concessão, o que
as obrigaria a criar empresa específica para a banda larga.
Para a Seae, a separação está
na contramão da política do governo Lula de massificar o uso
da banda larga. Ela diz não ver
ganho social ou setorial na separação proposta pela Anatel e
afirma entender que a medida
seria danosa aos usuários e aumentaria os custos das teles.
A Anatel estuda mudança no
Plano Geral de Outorgas que
pode deixar a Oi adquirir a Brasil Telecom. A regulamentação
atual proíbe a fusão de concessionárias de telefonia fixa.
Para a agência, a separação
daria transparência e igualdade
de competição ao mercado de
banda larga. As rivais das teles
dependem de acesso às redes
de telefonia fixa para chegarem
às casas dos usuários e se queixam de que as teles cobram
preço de acesso muito alto, supostamente para sufocar a concorrência. Eles pedem transparência e tratamento isonômico
por parte das teles.
Como o serviço de banda larga das teles está vinculado à telefonia fixa, a Seae alega que as
concessionárias teriam que duplicar, triplicar ou quadruplicar
equipes para realizarem a separação sugerida pela agência.
""Ao final, tais custos seriam,
em alguma medida, repassados
aos usuários", afirmou a Seae.
A opinião da secretaria foi
enviada à Anatel pelo coordenador-geral de Comunicação e
Mídia, Marcelo Ramos. Para
ele, além de mais custos operacionais, haveria mais custos tributários.
""A separação de companhias
daria margem à incidência tributária entre transações dentro do mesmo grupo empresarial, o que também teria grande
chance de gerar repasses aos
usuários finais", afirmou.
A posição da Seae se alinha
com a das concessionárias. Brasil Telecom, Oi e Telefônica pediram a supressão da proposta.
A Telefônica disse, na consulta pública, que a medida seria ilegal . A Oi afirmou que teria um custo de R$ 3,5 bilhões
para separar os serviços.
O tema recebeu 90 comentários na consulta pública da
Anatel. Foi o assunto mais controvertido.
(ELVIRA LOBATO)
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