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Aumenta sindicalização entre mulheres
Dos 16,59 milhões de associados a sindicatos em 2006, 40% eram mulheres; percentual era de 35% em 1998
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
A mulheres estão recorrendo
mais aos sindicatos e se filiando
mais a essas entidades em busca de ajuda para enfrentar as
dificuldades que encontram no
mercado de trabalho, como a
desigualdade salarial com os
homens, e para garantir direitos conquistados.
Estudo da CUT e da subseção
do Dieese da central sindical
mostra que, em 1998, dos 11,14
milhões de trabalhadores formais e informais associados aos
sindicatos, 65% eram homens,
e 35%, mulheres.
Em 2006, o total de associados passou para 16,59 milhões
de pessoas, sendo que 60%
eram homens, e 40%, mulheres. Os números foram compilados a partir de dados da Pnad
(Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) do IBGE.
"Em parte, a taxa de sindicalização cresce porque há mais
mulheres no mercado de trabalho. Mas a maior parte das mulheres também está em busca
de proteção por causa da precarização do trabalho e das péssimas condições que enfrentam.
Elas recebem menos do que os
homens, mesmo tendo o mesmo grau de escolaridade, são
mais vítimas de doenças ocupacionais e de assédio [moral e sexual]", afirma Rosane da Silva,
dirigente da Secretaria Nacional sobre a Mulher Trabalhadora da CUT.
A participação das mulheres
no mercado cresceu 37% entre
1998 e 2006. Entre os homens,
aumentou 22%. Nesse mesmo
período, o número de trabalhadores filiados a algum sindicato
subiu 69% entre as mulheres.
Entre os homens, cresceu 39%,
conforme o levantamento.
O crescimento da sindicalização feminina entre 1998 e
2006, segundo a sindicalista,
ocorreu em todos os setores,
inclusive no meio rural.
Na última semana, os dirigentes da central decidiram
que irão estabelecer punições
para confederações, federações
e CUTs regionais que não cumprirem a cota de 30% de mulheres nas direções dessas entidades -a regra existe desde 1993.
A decisão de punir as entidades
foi aprovada em plenária que
reuniu 538 dirigentes sindicais
em São Paulo.
Entre as punições, estão: não
permitir que a diretoria de uma
entidade tome posse se não
cumprir a cota ou vetar a participação dos dirigentes em congressos ou plenárias.
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